
O 3.º ciclo de avaliação externa das escolas, que deve começar em janeiro de 2017, terá a observação da prática letiva "sistemática" como metodologia, tendo já sido formados cerca de 100 de 190 inspetores para essa mesma observação, avançou Luís Capela, da Inspeção-geral da Educação e Ciência (IGEC).
A observação nas salas de aula não será para avaliação dos docentes, registando apenas as tendências de cada escola, informou, sublinhando que os primeiro e segundo ciclos de avaliação tiveram "um grande enfoque na estrutura organizacional e não na sala de aula".
Um regime jurídico que explicite todas as metodologias da avaliação está em preparação, sendo que "será em breve legislado", avançou, não referindo, no entanto, se algumas das metodologias, como a observação de aulas, poderão já ser aplicadas no decorrer do 2.º ciclo de avaliação, que teve início no ano letivo 2011/2012.
O novo modelo de avaliação a implementar em 2017 terá também de "ser universal", englobando escolas públicas, privadas e cooperativas, visto que, de momento, "se os pais quiserem comparar escolas só têm rankings".
Ao abranger toda a rede de escolas, será possível comparar escolas a partir dos relatórios realizados no âmbito da avaliação externa, realçou o inspetor-geral.
A avaliação externa terá "um núcleo duro muito forte", com determinadas metodologias previstas, mas vai passar "a ter flexibilidade" face aos estabelecimentos de ensino, adaptando-se às diversas características dos mesmos.
Luís Capela salientou ainda que "os inspetores estão a trabalhar no limite", estando previsto abrir-se um concurso público para "trazer mais pessoas" para o IGEC.
O inspetor-geral falava aos jornalistas à margem de um seminário organizado pelo Conselho Nacional de Educação, em que foram apresentados os resultados preliminares do Projeto AEEENS - Impactos e Efeitos da Avaliação Externa de Escolas.
A investigação, que decorreu ao longo de três anos, foi financiada pela Fundação Para a Ciência e Tecnologia (FCT) e envolve, para além da Universidade do Minho, a instituição que coordena o estudo, as universidades do Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Algarve.
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