O início do ano letivo implica um regresso a rotinas desgastantes: transportar as crianças para a escola, preparar as suas refeições, supervisionar os trabalhos de casa…. Para muitos, significa ainda um fluxo constante de mensagens, cartas e pedidos da escola. Atender a tanta solicitação pode ser esgotante.

Em parte graças às novas tecnologias, os pais estão hoje em contacto permanente com as ocorrências na sala de aula. Muitas vezes, isso é positivo, fomentando a ligação à vida escolar dos filhos, ainda que eles estejam sentados a vários quilómetros de distância, como observa o jornal The Telegraph. No entanto, alguns pais já começam a sentir-se desconfortáveis com este fluxo ininterrupto de informação. Torna-se difícil concentrarem-se no trabalho enquanto o telefone apita o dia inteiro, sinal de vários alertas da escola. Se a escola do seu filho for das tais que submetem os pais a uma “chuva” de mensagens, ainda que bem intencionadas, eis cinco sinais de que pode estar a sobrecarregá-lo com coisas sem importância:

1. ParentMail

É uma aplicação de telefone através da qual se transmitem informações entre a escola e os pais. Como uma mãe disse ao Telegraph, é impossível ignorá-las, pois corre-se o rico de perder algo importante. Mas, na maior parte do tempo, esta mãe limita-se a ser bombardeada com mensagens diversas, desde a data da feira de Natal, até um surto de piolhos. Ler cada uma delas e responder quando o assunto parece relevante chega a requerer horas por dia.

2. Aplicações de sala de aula

Há um ano, cerca de 70 % das escolas britânicas subscreveu uma aplicação chamada ClassDojo, que manda informações atualizadas aos pais durante todo o dia, não só sobre como os filhos estão a comportar-se, mas também partilhando fotos e vídeos de “momentos maravilhosos da sala de aula”. Já a aplicação Go4Schools serve para “captar, analisar e partilhar dados na sala de aula em tempo real” e possui também uma função de acompanhamento dos alunos. Através deste tipo de apps, os pais podem perceber os TPC que o filho tem de fazer, se já foram feitos ou ainda não. “Às vezes é difícil entender o contexto de algumas informações partilhadas”, diz uma mãe londrina, que recebia mensagens enigmáticas sobre repreensões que o filho tinha recebido por uma coisa ou outra na sala de aula. “Além disso, os alertas estão sempre a chegar e não sei quando é preciso ler tudo”, acrescenta.

3. Cartas solidárias

“O fluxo de cartas que chegam a pedir dinheiro ou doações para mil e uma coisas estão realmente a incomodar-me”, escreveu um pai assediado no site Mumsnet. “Até para a peça de teatro do Natal se paga bilhete de entrada... Quase prefiro entregar uma quantia fixa de dinheiro no início do ano, em vez de receber todas estas cartas a pedir donativos”.