A amamentação é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza a prática por pelo menos seis meses, como um dos "meios mais eficientes" para garantir a saúde e a sobrevivência da criança.
O estudo analisou o desempenho de 3.500 crianças nascidas em 1982 e amamentadas durante períodos distintos. Após 30 anos, os investigadores constataram que o leite materno foi benéfico para todos, em relação aos não amamentados através do peito materni; e que o benefício foi proporcional à duração da lactância.
Segundo os pesquisadores, os amamentados com leite materno durante um ano apresentaram um coeficiente intelectual 4 pontos superior aos amamentados durante menos de um mês. Também apresentaram uma escolaridade mais longa (quase um ano) e um rendimento superior à média em um terço.
Para chegar a estas conclusões, os investigadores analisaram variáveis suscetíveis de ter impacto nos resultados, como o nível de vida dos pais, a idade da mãe no momento da concepção e até o tabaco durante a gravidez.
"O mecanismo provável que permite explicar os efeitos benéficos do leite materno na inteligência é a presença de ácidos aminados saturados de cadeia longa, que têm um papel essencial no desenvolvimento do cérebro", assinala Bernardo Lessa Horta, que liderou o estudo.
Ao contrário de outros estudos, o trabalho realizado na Universidade de Pelotas analisou mulheres lactantes de todos os níveis sociais, e não apenas as mais favorecidas.
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