Mais de um mês após o arranque do ano letivo e quando começam os primeiros testes do período, ainda existem alunos sem aulas a algumas disciplinas por falta de professores.
Para minimizar o impacto dos problemas na colocação de docentes, as escolas vão dar aulas de compensação e o Ministério da Educação e Ciência (MEC) já começou a convocar os diretores escolares para analisar como deverá ser aplicada a medida.
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) aplaude a iniciativa, mas alerta para os perigos de haver uma sobrecarga de horário que poderá ser prejudicial para os estudantes.
“O tempo que os alunos têm disponível já não é demais e agora querem encaixar mais de um mês de aulas nos seus horários. Estar a preencher ainda mais os seus horários poderá ser contraproducente”, alertou Jorge Ascensão, presidente da Confap.
Para Jorge Ascensão, deverão ser as escolas a definir os planos de recuperação que devem ser distintos tendo em conta a situação dos alunos e professores, porque “a escola é quem consegue avaliar a melhor forma de o fazer”.
No entanto, a Confap tem uma sugestão para os alunos que este ano não realizam provas nacionais: “Nestes casos, alguma da matéria que é fundamental para os anos seguintes poderá ser dada no final do ano, naquele período em que os restantes alunos estão a estudar para os exames”.
Jorge Ascensão admite, por isso, que o calendário escolar termine, este ano, um pouco mais tarde, para que estes alunos possam dar as matérias em falta.
No caso dos estudantes que este ano realizam exames, a Confap defende que a situação deve ser novamente analisada no natal para perceber se conseguiram recuperar a matéria e, caso seja necessário, sejam alteradas as datas dos exames.
“No final do período devemos repensar se não será necessário rever o calendário escolar e o plano de exames”, sintetizou.
Já a ideia de reduzir a matéria dos programas, tal como foi defendida por alguns diretores escolares, levanta algumas dúvidas à Confap.
“Encurtar o programa poderia resolver o problema este ano, mas traria problemas no futuro, porque ficariam de fora algumas aprendizagens”, alertou Jorge Ascensão.
Para a Confap, existem currículos que são muito extensos mas não podem ser as escolas, de forma isolada, a reduzir esses programas, sob risco de os alunos perderem matéria que venham a necessitar no futuro.
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