Atribuídas pela primeira vez no passado ano letivo, as bolsas do “Programa + Superior” foram criadas para ajudar à fixação de estudantes no interior dando 1.500 euros aos alunos que escolhessem estudar numa das 13 instituições abrangidas pelo programa.
Este ano, foram selecionados 1.020 alunos que deveriam ter começado a receber no início do ano letivo uma verba mensal de 150 euros.
No entanto, “ainda ninguém recebeu nada”, alertou João Cardoso, presidente da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP).
Filipa Rodrigues, aluna do 2.º ano do curso de Educação Básica do Instituto Politécnico de Santarém (IPS), é um desses casos.
No ano passado ficou colocada naquela instituição de ensino superior, candidatou-se ao programa e conseguiu uma das 75 bolsas atribuídas ao IPS. Este ano, foi novamente comtemplada com esta ajuda financeira.
“Já no ano passado, o pagamento atrasou-se porque estavam à espera de fundos europeus e agora voltaram a atrasar-se. Estamos quase no final do segundo semestre e ainda nada. A Direção Geral de Ensino Superior (DGES) diz que estão à espera dos fundos europeus”, contou à Lusa o pai de Filipa Rodrigues, Carlos Melancia.
O atraso no pagamento da bolsa afeta o orçamento familiar, sublinhou Carlos Melancia, explicando que gastam 350 euros por mês com os estudos da filha e que, por isso, aquele apoio é uma grande ajuda.
“Mensalmente gastamos 350 euros para pagar as propinas (100 euros), residência (98 euros), alimentação e material. Estávamos a contar com a bolsa que se calhar só vai chegar no final do ano letivo, mas é no dia-a-dia que nos faz falta”, criticou.
A Lusa contactou o gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) mas não obteve resposta até ao momento.
João Cardoso garante que este atraso “é uma situação generalizada em todas as instituições de ensino superior” e alerta para as dificuldades que traz para a vida dos alunos e das famílias.
Além dos atrasos das bolsas do Programa + Superior, João Cardoso diz que também ainda não foram pagas as bolsas do Programa Retomar, criado em 2014 com o intuito de trazer de volta ao Ensino Superior jovens com menos de 30 anos que abandonaram os estudos.
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