"O portão da escola esteve fechado a cadeado entre as 8:30 e as 10:00, tendo sido reaberto de forma pacífica pelos alunos", disse à Lusa o diretor do Agrupamento de Escolas da Sertã, no distrito de Castelo Branco.

Segundo José Carlos Fernandes, os protestos dos alunos "têm razão de ser" e prendem-se com a "falta de condições dignas" no seu dia a dia, explicando que há alunos que têm aulas em vários "espaços distantes entre si e sem as condições adequadas à prática pedagógica, nem condições dignas de permanência".

As obras de requalificação, da responsabilidade do Ministério da Educação, iniciaram-se em setembro de 2018 e tinham a previsão de duração de um ano, mas "foram suspensas em abril de 2019 por razões relacionadas com a estrutura do edifício", notou José Carlos Fernandes, relativamente a uma escola frequentada por 300 alunos, 15 auxiliares e cerca de 30 professores.

Em causa está o facto de "alguns alunos terem de frequentar outra escola, por causa de algumas salas específicas de algumas disciplinas, e outros ainda terem sido colocados em três espaços diferentes e distanciados entre si, nomeadamente num espaço de oficinas, num bloco desativado e num espaço de residência", explicou o diretor.

José Carlos Fernandes relatou ainda a "ausência de laboratório de biologia e de espaço de informática", e que as salas disponíveis não permitem que se utilizem as tecnologias de informação e comunicação.

"O problema está na falta de condições atuais para os alunos, mas também para os auxiliares e professores, que estão em locais provisórios desde 2018, e que deriva de uma questão de segurança do edifício escolar”, frisou.

O diretor da escola disse ainda que existe um relatório final “sobre o estado do edifício e da continuidade das obras ou não” pronto há vários meses, sem que a tutela se pronuncie ou tome uma decisão.

O relatório final, disse, "está pronto há quatro meses. Não sei se será suficiente para a tutela determinar se a obra recomeça ou se é necessário reforçar a estrutura do edifício, mas é urgente que o Ministério da Educação tome uma decisão", defendeu.

O grupo parlamentar do PSD apresentou recentemente na Assembleia da República uma pergunta sobre o processo de requalificação e modernização daquela escola, tendo os deputados sociais-democratas questionado o Ministério da Educação sobre o montante previsto para aquela obra no Orçamento do Estado para 2020”.

O PSD questionou ainda se o Ministério "irá assegurar que as intervenções estruturais não recorrerão ao orçamento privativo do Agrupamento de Escolas da Sertã" e se o Ministro da Educação "está em condições de assegurar, por escrito, todas as diligências necessárias para retomar e concluir as obras de requalificação da Escola Secundária da Sertã".