"Os países comprometeram-se a proporcionar a cada criança uma educação primária e secundária até 2030. Estas novas revelações mostram que ainda existe um trabalho longo pela frente se quisermos atingir este objetivo", disse a Dietora Geral da ONU, Irina Bokova.

E acrescenta ainda: "O nosso foco deve ser na inclusão desde a mais tenra idade, através do ciclo de aprendizagem, em políticas que abordam as barreiras em todas as fases, com especial atenção nas meninas que são quem mais enfrentam a desvantagem".

De acordo com o novo estudo, o número total de crianças que não frequentam a escola inclui cerca de 61 milhões de crianças em idade escolar (6 aos 11 anos), 60 milhões no primeiro ciclo (12 aos 14 anos) e cerca de 142 milhões no ensino secundário (15 aos 17 anos). Este é o primeiro estudo que estima também os números do ensino secundário.

As maiores barreiras ao ensino são as disparidades no sexo, localização geográfica, saúde e os conflitos armados.

A nível global, 35% de todas as crianças que deveriam estar no ensino primário, 25% de todos os adolescentes que deveriam frequentar o secundário e 18% de todos os jovens vivem em áreas afetadas por conflitos.

Notou-se, ainda, que os jovens com idades entre os 15 e os 17 anos têm quatro vezes mais probabilidade de estarem fora da escola, do que as crianças entre os 6 e 11 anos. Isto deve-se ao facto do ensino primário ser obrigatório na maior parte dos países, mas o mesmo não acontece com o secundário.

"Ao mesmo tempo estes jovens estão na idade legal para começarem a trabalhar. Muitos não têm escolha, e outros tentam conciliar a escola com o trabalho", afirma o estudo.

Outra das conclusões é que apesar dos esforços e dos progressos realizados ao longo das últimas duas décadas, 15 milhões de meninas em idade escolar nunca vai ter a oportunidade de aprender a ler e a escrever em comparação com os 10 milhões de rapazes.

A pobreza cria uma barreira adicional às raparigas. No Norte de África e Ásia Ocidental, as lacunas são muito mais evidentes devido à pobreza. Apenas 85 meninas em 100 rapazes menores de idade conseguem frequentar a escola.