
A gravidez provoca uma série de mudanças e, consequentemente, de sintomas. Mas isso não quer dizer que esteja doente. Porém, não custa nada aprender a distinguir um mal-estar típico dessa fase de uma complicação séria. Aqui vamos esclarecê-la sobre algumas:
Falta de ar - Após o sexto mês de gestação, o sintoma tende intensificar-se, pois o útero empurra o intestino contra o diafragma, dificultando a respiração. Quando a sensação é leve e suportável, é considerada normal e faz parte da adaptação do corpo. O que ajuda a aliviar os sintomas são exercicios de respiração, por exemplo o yoga. O que não é comum é se sentir sintomas quando se encontra e repouso, ai deverá contactar um médico para descartar doenças cardiológicas ou respiratórias, como asma e pneumonia.
Dor nas costas - Estima-se que 50% das grávidas tenham dor lombar devido à mudança da postura, por causa do aumento da barriga: o útero comprime as vértebras, o músculo das costas contrai-se e o nervo ciático pode ser pressionado. A prática de hidroginástica, acupuntura e alongamentos antes de dormir ajudam a aliviar a dor. Em contrapartida, o ganho rápido de peso e o sobrepeso agravam o quadro. Caso a dor seja persistente ou posterior a uma queda requer avaliação médica.
Dor de cabeça - Está relacionada à tensão muscular do pescoço e pode acontecer diante de situações de stress. Portanto, evitá-las é uma boa forma de prevenção. Alongamentos e relaxamento do pescoço, assim como a acupuntura, aliviam a dor. O sintoma merece investigação quando é intenso e frequente. Caso venha acompanhado de pressão alta e alterações visuais, como visão turva, deve-se procurar socorro médico imediato, pois pode tratar-se de eclâmpsia, uma complicação em que há um aumento súbito e perigoso da pressão arterial.
Sangramento - Deve ser sempre avaliado por um médico, independentemente da quantidade de sangue e da semana gestacional. Só um especialista poderá dizer qual o procedimento a seguir. Em geral, poucas gotas, de cor escura, não representam problema – pode tratar-se apenas de uma ferida no colo do útero ou um vaso, que sangra e cessa espontaneamente. Uma perda de sangue vermelho vivo e com coágulos é motivo para procurar ajuda com urgência! Talvez a placenta esteja a descolar-se e, quanto antes o quadro for diagnosticado,melhor para o feto. Com os medicamentos corretos, a gestação pode seguir normalmente.
Cólicas - Não se assuste se sentir cólicas abdominais no primeiro trimestre. São normais, especialmente na primeira gestação, e representam uma adaptação do útero ao crescimento fetal. Uma cólica leve e suportável, sem sangramento, não é sinal de perigo, e desaparece entre a oitava e a décima semana. Um banho morno, o uso de uma bolsa de água quente e alongamentos melhoram a dor. Mas, atenção: se a sensação dolorosa for persistente e estiver associada a sangramento vaginal, a mulher deve procurar ser assistida imediatamente.
Prisão de ventre - Ir à casa de banho durante a gravidez pode ser difícil, já que a constipação intestinal é mais um sintoma decorrente da progesterona. Ingestão de líquidos e de alimentos integrais, ricos em fibras, melhora a situação. Se as fezes estiverem em formato de bolinhas, é sinal de que elas atingiram o grau máximo de ressecamento, e o melhor é procurar ajuda médica para evitar complicações. Caso o esforço seja excessivo, pode chegar ao ponto de deflagrar hemorroidas, que geram dor e desconforto.
Enjoo - Extremamente comum, o enjoo costuma atormentar as mulheres no primeiro trimestre de gestação. Indica que a placenta está a produzir altos níveis de hormonas, o que é bom sinal. Normalmente, manifesta-se pela manhã, no período de jejum. A dica é comer alguma coisa sólida, logo ao acordar, alimentar-se a cada três horas, ao longo do dia. O quadro preocupa quando a grávida vomita muito e não consegue alimentar-se (trata-se da chamada hiperemese gravídica, que representa risco de desnutrição e desidratação). Enjoos com febre é outro sinal de alerta, porque pode estar por trás de uma apendicite. Por fim, se estiver associado à dor de cabeça, é preciso investigar a possibilidade de ser meningite.
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