Cada vez mais sabemos que o estado nutricional da mulher mesmo antes de engravidar pode influenciar o potencial de saúde da criança, em especial no que diz respeito à predisposição para obesidade ou doenças metabólicas no futuro. É importante que a mulher tenha um peso adequado na altura da concepção, com hábitos alimentares e de vida saudáveis.
Durante a gravidez a alimentação deverá igualmente ser cuidada, ter em conta as diversas fases de desenvolvimento do feto e não descurar das necessidades específicas de alguns micronutrientes como ácido fólico, ferro, iodo, vitamina A, LC-PUFAs e antioxidantes.
O Aleitamento Materno é, sem dúvida, o melhor alimento do bebé durante os primeiros 6 meses de vida, de forma exclusiva, devendo-se manter mesmo na diversificação alimentar pelo menos até aos 12 meses.
Sendo o leite materno o único alimento nos primeiros meses, o que a mãe vai comer influenciará a qualidade do leite, tendo este também uma função protetora, sendo veículo de substâncias que estimulam o sistema imunitário e uma boa fonte de probióticos que ajudarão no funcionamento intestinal.
A mãe poderá ajudar na adaptação a novos sabores, variando a sua alimentação, ingerindo diferentes alimentos, para que o bebé tenha contacto, através do leite, com novos sabores e quando esses alimentos lhe forem apresentados, ele reconhecerá o sabor e não irá estranhá-los. Enquanto estiver a amamentar, a mulher deverá manter cuidados alimentares, fazer escolhas conscientes na sua alimentação, tendo em conta as necessidades do bebé e, muito importante, manter hábitos de vida saudáveis, evitando substâncias que estão associadas a alterações no desenvolvimento normal do bebé, como por exemplo, álcool e tabaco.
Fazer escolhas inteligentes e saudáveis desde cedo
Durante a infância e idade escolar, a alimentação das crianças e as escolhas alimentares são normalmente feitas pelos pais. Cabe aos pais, orientados pelo nutricionista, fazerem escolhas inteligentes e o mais saudáveis possíveis, para que os filhos estejam nutricionalmente adequados, com um normal desenvolvimento cognitivo e social e defendidos, o mais que seja possível, contra doenças metabólicas e degenerativas que possam ocorrer mais tarde.
A partir da pré-adolescência, quando as crianças já fazem parte das suas escolhas alimentares, interessa que o trabalho de casa esteja feito, que a educação alimentar tenha sido fomentada em ambiente familiar e em ambiente escolar. A alimentação influencia o desempenho escolar, os níveis de atenção e aprendizagem, o comportamento, para além de contribuir para a saúde futura daquela criança.
A educação alimentar deveria ser abrangente, do ponto de vista populacional, mas se não o conseguirmos, as crianças de hoje serão o futuro de amanhã, por isso, se bem educadas, farão grandes mudanças no estado nutricional da população mundial.
Um artigo de Carla Rodrigues Ferreira, Nutricionista na Clínica Makai.
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