A infeção congénita, isto é, antes do feto nascer, é rara mas nas situações em que ocorre é grave podendo o bebé desenvolver microcefalia, hidrocefalia e microftalmia. A taxa de mortalidade é elevada e caso o bebé sobreviva pode apresentar graves sequelas. A infeção perinatal é a mais comum e ocorre em cerca de 90% dos casos de Herpes Neonatal, mas pode revelar-se grave caso não seja tratada atempadamente.

Pela sua elevada especificidade, a pesquisa de ADN viral através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) deve ser utilizada como uma das metodologias no diagnóstico do Herpes Neonatal, devendo ser efetuada no sangue e no Líquido Cefalorraquidiano (LCR).

A pesquisa de anticorpos é igualmente determinante no despiste do Herpes Neonatal, pois a produção de anticorpos IgM tem início dias após a infeção inicial e podem ser detetados no sangue durante algumas semanas. A produção de anticorpos IgG tem um início mais tardio, mas estes podem ser detetados no sangue durante toda a vida. Os anticorpos IgG distinguem os vírus VHS-1 e VHS-2. O VHS-1 é geralmente associado a surtos faciais como o herpes labial ou facial, enquanto o VHS-2 está relacionado com o herpes genital.

Através da cultura, uma amostra de líquido de uma ferida aberta é colocado num meio adequado de forma a isolar o vírus. Este exame é sensível e específico, mas demora vários dias para ficar concluído e para obtenção de resultados. Quando existe crescimento viral é possível determinar o tipo de vírus (tipo-1 ou 2).

Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica

Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica
Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica