A linguagem dos jovens adolescentes, de vocabulário reduzido ao "bué-tá-se bem-fixe-curte" e outros que agora não me ocorrem, causa-me algum desassossego, tanto mais quanto considero que somos nós - os pais - quem deve apontar caminhos, quem deve educar.
E que dizer dos pais que acham que para serem "mais fixes" falam "assim" com os filhos?
Acredito que a educação tem regras que são para seguir. Acredito que é necessário que eles percebam que a vida é como um palco onde os cenários vão girando e cada um corresponde a um contexto que exige que nos saibamos adequar no que respeita ao comportamento, à linguagem.
A linguagem é uma poderosíssima ferramenta nas relações e quando usada correctamente ajuda no diálogo, a expressar as nossas emoções, a traduzir o que pensamos.
Os pais não têm de ser fixes, os pais têm de ser bons educadores, têm de constituir "o" bom exemplo a seguir. Para isso têm, como primeira regra, que nunca esquecer de premiar e elogiar cada esforço que as crianças fazem para falar bem.
Cada palavra difícil que for experimentada pode e deve ser, por exemplo, motivo de conversa ao jantar ou reproduzida junto dos avós como uma conquista. É óbvia a satisfação na cara das crianças quando contamos as suas proezas a outros. Estaremos a garantir a repetição.
Por outro lado, é importante que a nossa linguagem seja o mais espontânea possível, pois essa é a melhor forma de evoluírem no seu vocabulário e é certo que, quando as crianças não percebem alguma palavra, elas sabem bem perguntar o que significa.
Os hábitos de leitura são outra grande conquista que importa neste contexto e que se deve construir diariamente: por volta dos sete anos, quando já se tiverem alfabetizado, são eles, sozinhos, que procuram essa actividade.
Depois, vai chegar aquele momento em que os amigos são tudo e as regras do grupo passam muitas vezes pela tal linguagem "diferente". Nessa altura, é fundamental corrigir usando a mesma arma fantástica que os nossos filhos usam connosco quando querem algo: a persistência!
Penso que não vale a pena castigar, nem zangar, mas é imperioso corrigir até ao exagero e explicar que, em casa, não se pode falar com os pais como se fala no recreio da escola; na sala de aula não se pode falar com o professor e com os colegas como se fala no recreio. E, entre amigos, é bom que eles percebam que a linguagem é reveladora do respeito que se impõe que tenhamos todos uns pelos outros.
Por fim, é saudável que de vez em quando soltemos um inadvertido "que curte!" ou "que fixe!" para que possam ser eles a repreender-nos: esse é o sinal que o objectivo está cumprido!
Colaboração de Madalena Martins de Sousa
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