Sabe aquela criança que se levanta tarde todos os dias e faz com que toda a família chegue atrasada aos compromissos? Pois, isso é sinal de irresponsabilidade. E, se nada for feito pelo adulto, a situação vai manter-se. Como diz o psicólogo Kevin Leman, essas crianças não nascem nas árvores: são criadas por alguém.

Ao site Focus on the Family, o norte-americano explica que existem dois modelos de pais: os autoritários e os permissivos. “Quando os seus filhos não fazem aquilo que você quer, sente logo vontade de mostrar quem manda?  Então, o seu modelo é o autoritário. O pai autoritário toma decisões pelo filho, provocando rebelião interna ou externa e falta de habilidades para resolver problema”, diz o especialista. “Se está sempre preocupado a tentar mantê-los felizes, é um pai permissivo – estes, não permitem que os filhos sintam na pele as consequências das suas ações”, conclui Leman, explicando que “ambos os modelos são problemáticos”.

O psicólogo diz que as crianças precisam de limites sob pena de fazerem da casa um caos. Porém, “essa sua autoridade deve ser equilibrada, afetuosa e voltada para o seu bem-estar a longo prazo.”

A pergunta-chave é: como fazer dos nossos filhos pessoas mais responsáveis? Veja aos conselhos de Kevin Leman.

  1. Mantenha-o consciente do que fez. “O seu filho está atrasado para as aulas pela terceira vez em duas semanas. Há poucos dias, perdoou-lhe aquela informação “pouco verdadeira” sobre as notas. Mas desta vez opta – e bem – por dizer a verdade. E alto: “Ele está atrasado porque não se levantou quando o relógio tocou. Agora vamos todos atrasar-nos”. Ele vai ficar furioso e envergonhado – foi apanhado em falso por toda a gente. Mas essa forma de expor os seus erros pode ter consequências positivas – fica claro que as suas ações mexem com a vida de todos.
  2. Aplique castigos. Mesmo depois de chamá-la à razão várias vezes, a sua filha não fez algo que tinha prometido. Quando sai da escola, corre para casa, muda de roupa e prepara-se para sair com as amigas. Só que você não deixa. Claro que ela fará de tudo – mesmo tudo – para o amolecer. Não ceda. “Claro que vai ser uma noite difícil, mas se ceder, ela continuará a evitar as suas responsabilidades”, lembra Leman.
  3. Deixe que seja a realidade a ensinar. Ele está a jogar Playstation em vez de estudar para um teste. Quando traz a nota desse teste para casa, vê que não passou dos 40%. Isso obriga-o a assistir a aulas de compensação e a faltar a um compromisso com os amigos. “Claro que ele vai bradar o quanto a vida é injusta. Resta-lhe ficar tranquilamente a ver como a realidade é uma bela professora”.
  4. Perceber a luta é um ato de cooperação. “Como diz o velho ditado, são precisos dois para dançar o tango. Se as suas filhas estão a discutir por causa de uma peça de roupa estragada e vêm para perto de si tentar que tome um partido, levante-se tranquilamente, saia da sala e avise apenas: ‘Tenho a certeza de que vão conseguir resolver isso”, aconselha o psicólogo, rematando: “Os miúdos têm de aprender a resolver os seus problemas sem a ajuda de terceiros”.

Assim parece tudo fácil, certo? Não é. Acima de tudo, tenha paciência e não perca o ânimo. Ah, desistir não é opção.