As crianças são por natureza irreverentes e, por vezes, por muito atentos que os pais estejam aos filhos, os acidentes sucedem-se. Dois terços dos ferimentos provocados por berços e parques para bebés devem-se a quedas. A conclusão é de um estudo internacional que incluiu mais de 180.000 casos deste tipo de ferimentos ao longo de 18 anos e que foi divulgado recentemente no site do jornal médico Pediatrics.
De acordo com esta publicação da American Academy of Pediatrics, os investigadores concluem que "devem ser feitos esforços para garantir a segurança no design destes produtos, assegurar a sua correta utilização em casa e contribuir para a tomada de consciência dos seus potenciais perigos para as crianças pequenas". A vigilância das crianças é outra precaução a não esquecer.
Não a deve, por isso, descurar em nenhuma circunstância. Uma outra investigação, divulgada pelo Journal of Pediatrics, condena também o uso de resguardos de tecido nos berços dos bebés. "São mais perigosos do que se julgava", assegura Bradley Thach, coordenador do um estudo que alerta para o perigo de sufoco, sobretudo nos primeiros meses de vida da criança.
"Quando o nariz ou a boca de um recém-nascido é parcialmente tapado por esses resguardos, a circulação de ar é bloqueada e o ar que a criança respira é parco em oxigénio", garante o especialista, que analisou os casos de morte infantil por sufocamento entre 1985 e 2012. Entre 2006 e 2012, o número de óbitos triplicou. Em 48 casos, 32 estão diretamente associados a este objeto.
Em outubro de 2016, na sequência de um estudo interno, a American Academy of Pediatrics veio defender publicamente a instalação dos berços no quarto dos pais durante o primeiro semestre de vida do bebé. Segundo os autores da investigação, as crianças que dormem no quarto dos progenitores durante os primeiros seis meses de existência têm 50% menos probabilidades de morrer durante o sono.
Este organismo de proteção infantil diz que as probabilidades do bebé ser vítima de morte subida são maiores entre o primeiro e o quarto mês. Vários estudos internacionais avançam que, partir do quinto mês, as quedas são a ameaça maior, assim como as almofadas, as mantas, os cobertores e os edredões que muitas vezes os pais colocam no leito e nos parques dos pequenos.
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