A gravidez é um tempo de crescimento e de preparação do casal para os novos papéis que terão de desempenhar. A decisão de amamentar é tomada por cada mulher, na grande maioria das vezes muito antes de o filho nascer. A razão por que decidem amamentar, para além de ser influenciada pelo conhecimento e consciencialização das vantagens do aleitamento materno, é também influenciada pela história de vida de cada mulher, pelas experiências positivas relacionadas com a sua própria amamentação e a de outros elementos da família e/ou amigos e também pelo suporte que podem ter de profissionais de saúde e familiares (pai e avós do bebé) e amigos ou grupos de pertença da mãe.

Aprendizagem e adaptação a novos papéis

A amamentação, embora natural, requer aprendizagens para que a mulher se sinta mais segura, amamente durante mais tempo e com mais prazer. Para ajudar a fomentar essa segurança, é importante transmitir às mulheres que mãe e bebé estão num período de aprendizagem e de adaptação a novos papéis, que as dificuldades são normais e transitórias, sentidas por todas as mulheres, e não um sinal de inabilidade ou de incapacidade. As mulheres devem receber informação adequada durante a vigilância pré-natal e sentir-se apoiadas pelos profissionais de saúde nas decisões que tomam.

Impossibilidade de amamentar

A conduta dos profissionais de saúde nestas situações está dependente das causas que determinam a impossibilidade de amamentar. Ainda que raras, existem determinadas situações de saúde que impedem a amamentação, criando em muitas mulheres sentimentos de frustração e culpa. Nestas situações os profissionais devem informar e planear com o casal as alternativas e esclarecer todas as dúvidas que se levantem.

A mãe deve ser informada

A amamentação é um projeto a delinear pela mulher/casal durante a gravidez de uma forma consciente, lúcida e livre de pressões externas. O papel dos profissionais de saúde é o de fornecer informação adequada e de ajudar a mulher a cumprir o seu projeto, seja ele qual for. A mãe deve ser informada sobre as vantagens do aleitamento materno, quer para ela quer para o bebé desde o início da vigilância pré-natal.

Se a decisão da grávida for de não amamentar, dizer-lhe que deve esperar o bebé nascer para tomar uma decisão definitiva, pois a causa pode ser o medo de não conseguir dar de mamar ou de não ter leite suficiente. Se após o nascimento a mãe continua a dizer que não quer amamentar, deve ser respeitada e não culpabilizada pela sua decisão, deve ser informada das alternativas e esclarecidas nas suas dúvidas.

Para todas deve ficar a mensagem de que não se é pior mãe porque, por um ou outro motivo, a decisão recai sobre o aleitamento artificial.

Manuela Ferreira, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Com edição de Ana Margarida Marques

 

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