![A gonorreia e a conjuntivite neonatal](/assets/img/blank.png)
Na mulher a manifestação mais comum desta patologia é a infeção genital, em particular a infeção cervical, ou seja, a inflamação do colo do útero. Em alguns casos clínicos as pacientes são assintomáticas, mas podem surgir sintomas como corrimento vaginal mais intenso, aumento da frequência urinária com sensação de ardor e dor abdominal, pélvica ou durante o ato sexual.
Os riscos da gonorreia durante o parto ocorrem quando os olhos do bebé são contaminados durante a sua passagem pelo canal de parto, devido aos órgãos genitais da mãe se encontrarem infetados pela bactéria Neisseria gnorrhoeae.
A infeção provoca uma conjuntivite que se manifesta algumas horas ou dias após o nascimento.
Caso não seja devidamente tratada, a infeção torna-se mais grave e estende-se às estruturas internas do olho, provocando alterações que podem originar a perda da visão. Na maioria dos casos clínicos ambos os olhos são afetados, devido ao facto de a infeção se propagar facilmente, podendo provocar cegueira total e definitiva do recém-nascido.
Incidência
Segundo a Direção-geral de Saúde, cerca de 1/3 dos recém-nascidos cujas mães estão infetadas com a bactéria Neisseria gonorrhoeae adquirem a infeção no decurso do parto, quando realizado por via vaginal.
No entanto, perante uma rutura prematura das membranas, a infeção pode ocorrer in utero. A rutura prematura das membranas pode ser uma consequência da infeção por gonorreia, podendo igualmente originar outras consequências como parto prematuro e atraso no desenvolvimento do feto.
A gonorreia é uma infeção sexualmente transmissível associada a potenciais complicações pelo que é um problema de saúde pública, cujo rastreio é fundamental como forma de prevenção.
Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica
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