Os meus filhos começaram a conviver juntos em forma de brincadeira, um com o outro e não um e o outro. Juntos, portanto. Não durante muito tempo, começou com uns tímidos 5 minutos, que mais pareciam meia hora, e como seria de esperar acabou em choro.
Depois, passados uns dias, apanhei-os a brincar de forma civilizada e surpreendentemente silenciosa, juntos. Com interações e diálogos, e até risinhos, um com o outro, juntos portanto. Não houve choro, nem brinquedos pelo ar, nem pontapés, nem puxar o cabelo. Um dava uma ordem e o outro cumpria quase religiosamente. Um apontava a direção e o outro seguia. Os 5 minutos prolongaram-se para 15 e, segundo me informaram, iam para Paris, de Espanha, de férias, dirigiam-se para o corredor.
Nada mau, pensei. Enquanto vão e vêm de Paris de Espanha, eu consigo ver uma série na televisão.
Ontem, chegaram da China, que era ali ao lado, na segunda porta à direita. Vieram só dizer olá e mudar as malas, pois o avião estava à espera. Não sei o destino, mas penso que será longe, pois seguiram em frente no corredor. Fiquei a ver televisão, outra vez, sozinha, encostada confortavelmente no sofá.
Se isto continuar até vou ter tempo de me reencontrar através de leituras de mindfulness, praticar ioga ou trekking, (re)descobrir o meu marido, ou engatar em conversas ao telefone com amigas pela noite dentro.
As possibilidades são infinitas!!!
Marta Andrade Maia/ My baby blue blog
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