Precisamos de um Presidente da República? O ator Virgílio Castelo garante que não e defende um referendo para fazer regressar o regime monárquico a Portugal.

Num texto de opinião publicado na última edição do “Expresso”, o atual assessor da direção de Programas da RTP sustenta que não se justifica o “evidente saracoteio” do “país dos comentadores” em torno das eleições presidenciais, tal a irrelevância do cargo face às necessidades do “país real”.

“Na verdade, ao fim de 105 anos de regime republicano, são poucos os presidentes que se destacaram na prestação de altos serviços ao país” – escreve Virgílio. “E mesmo esses – acrescenta – tornaram-se muito mais notados pelo resultado obtido a partir das suas qualidades pessoais e intransmissíveis, do que pela bondade de qualquer tipo de eficácia ou mérito das funções do cargo.”

Para Virgílio Castelo, “o que é importante para as nossas vidas decide-se nos governos, nas autarquias e noutras instituições e nunca na Presidência da República – “a não ser quando se trata de dissolver o Parlamento”.

“Queremos ter um funcionário desta elevadísima envergadura para quê?”, pergunta o articulista.

Virgílio, que dá o exemplo do sucesso da monarquia em vários países europeus, avança com uma proposta: “No meio da confusão que se gerou com tantos candidatos (presidenciais), julgo que é chegada a hora de discutir seriamente esta questão, através da única maneira profunda de o fazer: por meio do instrumento democrático do referendo, que os republicanos recusam há mais de cem anos.”

E termina com esta pergunta: “Se podemos ter um rei a sério, porquê elegermos um a fingir?”