Esta quarta-feira, 23 de outubro, Rita Ferro Rodrigues partilhou uma fotografia sua naquela que parece ser uma área ardida, outrora consumida pelos incêndios que dominaram várias regiões de Portugal no mês de setembro.

"Sinto-me triste", começou por escrever a apresentadora.

E daí iniciou um desabafo profundo, mostrando o seu desagrado relativamente a várias situações críticas que têm acontecido não só no nosso país, mas no mundo.

"Num país em que a prioridade é acabar com aulas de Cidadania mas 70 mil homens partilham fotografias íntimas e não consentidas de mulheres em grupos de telegram. Sinto-me triste num país em que parte dos discursos políticos incentiva ao ódio, à divisão e à violência que depois é legitimada nas ruas por grupos infiltrados nas forças de autoridade, que depois resulta em respostas revoltadas por populações fartas de serem tratadas ao pontapé e marginalizadas".

"Sinto-me triste por um autocarro ardido ter mais valor que uma vida humana. Sinto-me triste por não conseguir ver as imagens do genocídio em Gaza e ao mesmo tempo não conseguir esquecer os miúdos que foram assassinados, as raparigas israelitas que foram violadas e torturadas no dia 7 de outubro, os reféns que continuam sabe-se lá onde e como", prosseguiu.

"Sinto-me triste porque na Ucrânia e noutros pontos do planeta a guerra continua, e continua, e continua, e não há forma de 'os maus' morrerem como nos filmes".

Em jeito de conclusão, Rita Ferro Rodrigues admite que já não acredita "num final feliz", e que se sente "impotente e até cobarde" por se sentir triste. "Como se a minha tristeza adiantasse alguma coisa. Ridícula tristeza, vale zero".

Admitiu ainda que "fechou este post a comentários" a bem da sua saúde mental, "porque o espaço público está de tal forma violento que não dá para intervir sem a consequência ser agressão imediata".

"Amanhã será um dia melhor, mas hoje é aceitar a tristeza", concluiu.