Comunicadora desde que se lembra de si, mãe desde dezembro de 2012 e, também, autora do blogue O Nosso T2, um espaço virtual para todos dedicado ao que a faz mais feliz, a família. Tânia Ribas de Oliveira, a mais doce apresentadora de televisão que gosta de escrever e contar histórias infantis. A maternidade mudou-lhe a vida e a televisão obrigou-a a ter mais cuidados com o corpo e a imagem. Em entrevista à a Prevenir, fala de si, de felicidade e do sentido da amizade.
Dois livros infantis e agora um blogue em torno da família. Há um lado seu muito ligado às crianças, mesmo antes de ser mãe. De onde vem?
Sempre tive presente a importância de contar histórias, talvez porque tenha uma memória muito afetiva das que a minha mãe e avó me contavam. Decidi escrever livros infantis porque quando contava histórias aos filhos dos meus amigos sentia que eles gostavam de as ouvir. Já o blogue passa pelo prazer de escrever e é sobre coisas que acontecem no dia a dia, na vida de toda a gente.
O que mudou desde que foi mãe?
Tudo. Fiquei mais cansada [risos] mas sou agora ainda mais feliz. É uma porta do coração que se abre que nem sabíamos que existia. Aprendi que o amor pode ter outra leitura.
«É um amor tão grande que dá medo», afirmou publicamente na altura em que foi mãe. Ainda é assim?
Agora já nem tanto, mas lembro-me que, da primeira vez que fiquei sozinha com ele, passei duas horas a olhar para o meu bebé porque pensava que, se não o fizesse, podia acontecer-lhe qualquer coisa. A partir desse dia, passou a ser mais fácil. A partilha de tarefas é muito importante e, se o casal não for unido, torna-se desgastante, para além de que a criança precisa de sentir o pai e a mãe na mesma medida.
Como viveu a separação dos seus pais aos 15 anos?
Senti-me mais acarinhada. As crianças percebem tudo o que dizemos verbalmente e o que dizemos sem dizer nada. Os meus pais não eram felizes e, quando se separaram, passaram a ter mais disponibilidade para nós e para eles próprios. Acredito que é pior para os filhos terem pais infelizes do que estarem individualmente com pais mais felizes.
Não tem uma imagem estereotipada de apresentadora mas isso não a impediu de ter sucesso. De onde nasce a sua ligação forte com o público?
Penso que muitas pessoas se identificam comigo, percebem que tenho uma vida normal tal como elas. Somos todos iguais, a diferença é que a minha profissão tem maior exposição. Há alguns anos, um grande amigo, o Daniel Oliveira [atual diretor da SIC Caras], disse-me algo que nunca esqueci: «Nunca serás a namoradinha de Portugal, mas vais ficar no coração das pessoas como a netinha de Portugal». Na altura, adorei a ideia. Identifico-me mais com esse perfil.
Como lida e cuida do seu corpo?
Agora lido bastante melhor porque fiz dieta. Tenho mais cuidado com a alimentação, faço caminhadas, ando muito de carrinho com o meu filho na rua. Tenho a vaidade natural de alguém com a minha profissão e sou tratada como uma princesa todos os dias por uma equipa, o que me deixa mais descontraída.
Que dieta seguiu?
Fui acompanhada por um nutricionista, deixei de comer hidratos de carbono durante três meses e apostei nos legumes, na fruta, em beber muita água. Agora já como hidratos de carbono, exceto ao jantar. Mas, sobretudo, alimento a minha alma com alegria, família e amigos… O mais importante para nos sentirmos saudáveis é termos uma mente sã.
Fazem-se verdadeiros amigos no meio televisivo?
Fazem-se amigos verdadeiros em todo o lado desde que as pessoas assim o entendam e assim se mereçam. Eu e o João [Baião] merecemo-nos e encontramo-nos na altura certa, em 2007. Ao fim da primeira semana, demos por nós a ter ataques de riso e de choro e pensámos: «Esta pessoa sente da mesma forma que eu». Isto é tão raro e sê-lo-á para sempre, independentemente do que aconteça nas nossas vidas profissionais.
Texto: Nazaré Tocha com Carlos Ramos (fotografia)
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