Apesar de gostar de Portugal, Duarte Gomes não coloca de parte a ideia de expandir a sua carreira além fronteiras e juntar ao seu currículo projetos internacionais.

No entanto, a sua vida não se resume só a trabalho, uma vez que é uma pessoa muito familiar e dá valor aos momentos passados junto dos que mais ama. Durante a entrevista com o Fama ao Minuto, o ator falou ainda do seu cão, Buddy Feijão, por quem tem um carinho especial.

O país lutou, nos últimos anos, contra uma grave crise. Acha que a cultura foi dos setores mais afetados pelas políticas de cortes?

Claramente. Principalmente no teatro sentiu-se muito esses cortes. Acho que nós temos vindo a ter cada vez menos apoios. Tenho muitos amigos realizadores que estão a começar e querem fazer curtas e longas-metragens, com bons argumentos, e têm dificuldade em conseguir apoios. A verdade é que a cultura é algo que fica para sempre, que vai além fronteiras e tem muito impacto na sociedade, em como mostrar Portugal lá fora. Acredito que possamos caminhar, espero eu, no sentido inverso do que temos caminhado até agora, e dar a devida importância às artes. Não estou a falar só da representação, também de pintura, escultura... É para sempre e o que é para sempre é especial.

Já pensou alguma vez aventurar-se profissionalmente fora de Portugal?

Já. Acredito que vá acontecer algum dia. Ainda não me foquei a 100%, mas é claramente um dos meus objetivos. Não sinto uma obrigatoriedade porque sou feliz no meu país, gosto muito do meu país e das pessoas, e sinto que nós estamos a crescer e a criar produtos novos e incríveis. Tem-se visto que cada vez as coisas estão melhores e isso é bom. Não parámos de todo no tempo. Sou uma daquelas pessoas que está sempre a querer sugar coisas novas e em busca de coisas diferentes. Acho que preciso disso, quanto mais não seja para voltar a dizer: ‘Eu quero ficar no meu Portugal’.

Este ano foi noticiado que alguns colegas seus, elenco de uma série transmitida na RTP, reclamaram dos atrasos nos ordenados. Já se viu envolvido em algum caso deste género?

Não. No meu caso tenho uma proteção, que é a minha agência que trata dessas situações. Comigo nunca aconteceu. Há pagamentos que podem ser em 60 dias ou 90 dias e custa-nos esperar para que eles cheguem, mas foram previamente combinados.

Também já participou em algumas longas-metragens. Se lhe fosse proposto um papel em cinema e outro em televisão, qual seria a sua escolha? Porquê?

Escolheria cinema, à partida, mas estamos a falar às escuras. Se fosse uma personagem de cinema que não fosse tão interessante e a de televisão fosse fantástica, escolhia a da televisão. Depende da personagem e do desafio que me é imposto, mas gostava de fazer mais cinema.

Tem um grande amigo de quatro patas, o Buddy Feijão. Como e quando é que ele entrou na sua vida?

Ele foi apanhado na rua, em Campolide, por uma senhora. Ela cuidou dele, só que ele é um cão de caça e com uma energia imparável. Quando a senhora apanhou o cão na rua, estava sem pêlo, não comia bem, a mãe também não comia bem... ele e uma irmã foram os únicos que sobreviveram daquela ninhada. Essa senhora cuidou dele e ele voltou a estar com uma forma física incrível. Depois a minha namorada viu o anúncio na Internet, ele tinha três meses e pouco, e disse que este era o nosso cão. Foi vê-lo, gostou da história dele, gostou do cão. Não foi planeado, foi uma decisão também muito dela.

O que mudou na sua vida com a chegada do Buddy Feijão?

Os cães são efetivamente uma grande companhia. São uma grande responsabilidade. Temos compromissos com eles, mas é um desbloqueador. É impossível chegar a casa, por mais chateados que estejamos, e ele não desbloquear. Ele agora tem três anos e está mais calmo, mas era um cão mesmo muito ativo.

Casar e ter filhos está nos seus planos?

Está. Tudo pode estar nos meus planos. Não sei quando, como, mas está nos meus planos.

Quais são os seus desejos para o futuro?

Continuar a ter desafios interessantes. Fazer mais cinema e, se calhar, a experiência internacional. Fazer um projeto fora daqui, seja em teatro, televisão ou cinema. Não tem de ser uma coisa específica, tem de ser um projeto giro.

*Pode ler a primeira parte desta entrevista aqui.