Marta Melro fez uma reflexão profunda relativamente à profissão de artista e à forma como muitos ainda são vistos e percebidos.

"Somos vistos como fúteis, [...] como preguiçosos, como fracos, como dispensáveis, como inúteis. Atiram pedras e julgam que nada fizemos para chegar onde chegamos, que temos cunhas ou então que nos pusemos ao comprido", começa por notar.

Entretanto denota o peso ainda maior que as artistas femininas sentem: "Se fores mulher e artista então ainda há mais ódio para destilar. Somos as p**** que mostram o corpo porque precisam de trabalho (porque está fora de questão alguém pensar que pura e simplesmente somos livres e confiantes para o fazer sem segundas intenções). Somos as porcas que deviam lavar escadas. Somos as músicas, os filmes, a dança, a fotografia, a poesia, as telas que deviam desaparecer para ir cavar a terra. Devíamos desaparecer, somos dispensáveis para a sociedade".

"Assim o diz uma sociedade cada vez mais tacanha e enraivecida, assim diz o governo que nada faz para dignificar a classe", completa.

Leia Também: "Em Portugal as pessoas não têm o hábito de dar gorjeta"