Cuca Roseta viveu fortes emoções durante a conversa com a apresentadora Fátima Lopes. Uma entrevista onde contou com várias mensagens de amigos e familiares, que deixaram a fadista em lágrimas.

Para a artista, os seus maiores pilares são a família, que acabou por destacar-se neste momento especial. "A família é a melhor coisa que nós podemos ter e a melhor coisa que nós devemos investir na vida", afirmou.

Com os pais e os irmãos em Portugal, mas o marido, João Lapa, e os filhos - a pequena Benedita, que é fruto do casamento de Cuca e João, e ainda Lopo, da anterior relação da cantora - a viver em Inglaterra, a fadista tem-se divido entre os dois países. "É muito difícil, mas o yoga e a meditação ajudam-me muito. É o meu segredo. Se eu não tivesse o yoga e a meditação todas as manhãs, não aguentava o stress", confessou. "É uma loucura. Todas as semanas, quase de três em três dias, apanho um avião", partilhou.

Cuca faz de tudo para conseguir estar o mais presente na vida dos filhos e também ao lado da sua família, mas nem sempre é fácil. "Às vezes faço loucuras, não durmo durante não sei quantos dias seguidos e depois quando chego lá, quando eles vão para a escola, caio para o lado e fico ali não sei quantas horas a repor", contou, frisando de novo que o yoga e com a meditação são uma grande ajuda para conseguir equilibrar as suas energias. "Não gosto da Cuca que não faz yoga e meditação. É uma Cuca que fica stressada, impaciente, tem pensamentos tristes...", admitiu.

A artista garante que não se considera "uma pessoa triste", mas não deixa de reconhecer que traz dentro de si "muita tristeza", e tudo por causa do amor.

"Não tive uma vida muito fácil no lado amoroso, sofri bastante. Sempre quis encontrar o príncipe encantando dos filmes da Disney, e por mim gostava de ter tido só um namorado, ter casado com ele e ter ficado com ele para o resto da vida. Tive várias tentativas que não correram bem e sofri muito. Isso trouxe-me bastante tristeza, mas também foi bom porque toda a tristeza faz-nos crescer", disse.

O pai e a mãe foram sempre dois exemplos que Cuca quis seguir. Para si, os progenitores "são uma família da Disney". "Eles casaram e estão juntos até hoje", destacou, lamentando o facto de não ter conseguido seguir o mesmo caminho no campo amoroso.

Quando se separou do primeiro companheiro, Cuca criou o filho mais velho sozinha, tentando cumprir o papel de mãe e pai, mas nem sempre foi fácil. Uma "mágoa" que hoje já está "resolvida", mas foi ao lado do atual companheiro, João, que conseguiu seguir em frente.

"Fez-me sofrer muito o Lopo ter o pai sempre longe. Percebia, como psicóloga que sou também, a falta que lhe fazia o pai", salientou, referindo que o ex-companheiro não conseguia estar tão presente devido à sua profissão.

"Custava-me muito todos os dias ele a perguntar pelo pai. Eu queria ser pai e não conseguia ser pai e mãe. Tive muita ajuda, sem dúvida, da família do pai, foi muito importante, mas foi uma mágoa muito grande principalmente quando me separei. O pai do Lopo foi o primeiro homem a quem dei um beijinho. Foi o meu primeiro namorado, dos 14 aos 16. Era uma pessoa que conhecia desde pequenina. Quando aos 25 anos volto a encontrar-me com ele - porque ele tinha ido viver para África do Sul e para a Suíça -, achei que ia casar com ele e que ia ficar com ele, criar uma família como a minha. Custou-me muito perceber que não ia dar essa família ao Lopo, que é o primeiro grande amor da minha vida. Queria ter-lhe dado aquilo que eu tive e que não consegui", lamentou.

Ainda assim, não deixou de destacar o quanto está feliz ao lado do atual companheiro, João Lapa, a quem teceu rasgados elogios.

"Ele é a pessoa que mais admiro. Estes namoricos que fui tento, quando eu percebia que eles não tinham os valores que eu esperava, acabava os relacionamentos de uma forma muito fria. E a minha mãe tinha muito medo e dizia que, se calhar, eu tinha um problema porque estava à procura de uma pessoa perfeita. Eu dizia que apenas estava à procura de uma pessoa que tivesse o coração parecido com o meu, que fosse uma pessoa mais de dentro, um bocadinho como o fado, é uma música que vem de dentro. Quando a beleza vem de dentro, arrasa a beleza que está cá fora. E o amor para mim tinha de ser assim, alguém que gostasse de mim, que me amasse exatamente como sou. Não foi fácil", recordou.

"As pessoas criavam uma ilusão de uma pessoa que eu não era. Na verdade, sou uma pessoa muito afetiva e até carente. Preciso muito do abraço, dos beijinhos, e às vezes isso não condiz muito com a imagem que as pessoas fazem de mim. Desde muito nova que sempre ouvi pessoas a dizer que sou arrogante. Mas eu sou uma pessoa muito tímida que gosta de estar sozinha. Acabo por me fechar em copas também para me proteger", explicou, realçando a importância que dá à beleza interior.

"Precisava muito de um homem que aprendesse a amar-me como eu sou. O João é esse homem, continua a surpreender-me dia após dia com a forma como ele também vê a família, os sacrifícios que ele faz pela família, o pai incrível que ele é para o Lopo. Conseguiu preencher esse lacuna. Todos os dias lhe mando uma mensagem a dizer: tu és o meu príncipe encantado", disse.

A entrevista terminou com as mensagens dos filhos. "A mãe é a melhor mãe que um filho pode ter", ouviu-se o pequeno Lopo dizer, deixando a fadista lavada em lágrimas com tanto amor e carinho.

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