Cristina Ferreira aproveitou o direto d'O Programa da Cristina', desta terça-feira, dia 24, para deixar uma mensagem importante durante a pandemia do novo coronavírus. Preocupada com o que pode acontecer em Portugal nos próximos dias, a apresentadora da SIC começou por alertar que "os nossos números não são muito diferentes dos de Itália". "Em igual período, Itália estava com muito pouca diferença dos números com que nós estamos agora. Isto é preciso ser dito", realçou.

"Se nós não cumprirmos aquilo que nos é pedido, podemos chegar à situação de Itália. [...] Quando a maior parte das pessoas recomenda ficar em casa é porque é importantíssimo ficar em casa. Estamos num pico de possibilidades de ficar infetado. Há muita gente que está e não sabe, não se vê na cara, não se vê em lado nenhum, é invisível. Esta semana é crucial que todos aqueles que possam, fiquem em casa. Já bastam aqueles que têm de ir trabalhar para segurar um país, para que todos nós, depois da tormenta passar, possamos ter um país com vigor e capaz de continuar em frente", destacou.

Após destacar o trabalho dos profissionais de saúde nesta fase difícil que o mundo atravessa, Cristina continuou: "Em Itália estão mais de 3500 médicos em casa porque foram infetados. Se isto nos acontece, é não termos ninguém para cuidar de nós".

Mas não ficou por aqui e contrariou o pensamento dos que dizem: "se não morrer disto morro de outra coisa". "A partida pode ser vossa, a dor vai ser dos que cá ficam. Imagine o que é não poder despedir-se do seu marido porque ele morreu e não há funeral, não há despedidas. [...] Ainda não tenho a certeza, mas acho que a maior parte tem de ser cremado. Desaparece para sempre, sem despedidas. Vamos ter um bocadinho de noção", frisou.

A apresentadora confessou que estão todos a fazer um grande esforço para continuar a trabalhar nesta fase. "A nenhum de nós apetece, mas como disse o nosso Primeiro-Ministro, o país tem de continuar, a comunicação social deve continuar e nós fazemos parte dela", afirmou, enumerando as medidas de prevenção que a estação tem adotado.

"Na informação, cada equipa está uma semana, depois vai para casa e volta a outra equipa. [...] Não agrida nas redes sociais, não faça perguntas, não questione. Já todos estamos a sofrer por dentro o suficiente. Tente ser mais humano, colocar-se no lugar do outro", continuou, pedindo mais "amor" neste momento difícil.

"Estamos aqui um terço das pessoas que costumam estar. [...] Enquanto está uma reportagem no ar, [as empregadas de limpeza] entraram aqui dentro e desinfetam a cozinha toda, eu e o Rúben Vieira voltamos a colocar desinfetante nas mãos. Estamos a cumprir tudo para que estas mensagens vos chegue. Eu, quem está na RTP, quem está na TVI... toda a gente", rematou.

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