Conheceram-se no teatro?
Não, conhecemo-nos antes de ter começado a fazer teatro, mas estamos juntos há 10 anos, precisamente desde o início da minha profissão. Por isso costumo dizer que ele me deu sorte!Foi uma fase de grande mudança?
Em 2001 deu-se uma revolução na minha vida. Passei a fazer uma coisa que gostava e isso exigiu muito de mim porque, simultaneamente, comecei também a fazer teatro e mudei a minha vida emocional: passei a viver com o pai da minha filha.Como está a ser a experiência da maternidade?
Ser mãe é uma experiência maravilhosa. No entanto, há mulheres que parece que nasceram com o curso intensivo, o que não é o meu caso. Por isso costumo dizer que este é o papel mais difícil que posso desempenhar em toda a minha vida. Isto porque a minha filha me obriga a ser melhor pessoa todos os dias. É um papel muito exigente?
Aquilo que tem de exigente também tem de gratificante! É muito compensador a um nível que nem sequer é explicável. Por outro lado é irresistivelmente mágico ver crescer um ser humano... E já percebi que é um desafio constante, uma aprendizagem contínua, um curso que não acaba.Uma coisa que lhe dê prazer?
Para além de trabalhar que me dá prazer, embora o trabalho de um artista seja sempre um parto e não há parto sem dor, prazer mesmo são as massagens que eu faço com regularidade na Clínica iCare, nas Twin Towers, e ter tempo para ficar de papo para o ar sem fazer nada a ouvir música e a cantar. Também gosto de conhecer pessoas.As massagens estão relacionadas com a sua preocupação de se manter em forma?
Claro que sim, a minha profissão obriga-me a estar em forma, e, na clínica iCare, faço inúmeros tratamentos, uns mais agradáveis do que outros. As massagens e uma drenagem bem feita é o melhor que há.Começou os tratamentos depois do nascimento da sua filha?
Precisava muito de recuperar a boa forma e consegui perder mais de 20 quilos com os tratamentos que fiz na clínica. Mesmo com a crise, acho que as mulheres não se devem esquecer de si, sobretudo depois do nascimento de uma criança. O lado feminino não pode ser relegado para segundo plano?
As mulheres devem fazer um esforço para se reencontrar no meio da amálgama de emoções e deveres que a maternidade exige. Esta preocupação de recuperar a boa forma é motivada pela pressão de ser atriz, mas mesmo que não tivesse esta profissão, preocupar-me-ia da mesma forma. Há um lado hedonista que todas as mulheres devem preservar. A felicidade existe?
Antes achava que era uma coisa muito distante e difícil de explicar. Hoje em dia acho muito honestamente que é apenas sentir-me bem no momento presente. E já aprendi isto com a minha filha - ela já me deu isto! Como ouvir uma criança rir...
Quando estou com ela e nos rimos muito, sinto-me imensamente feliz. Quando estamos os três em família a divertimo-nos, eu estou feliz naquele momento e a felicidade é isso. É uma coisa muito difícil de agarrar porque tem de se viver no momento, e tem de se saborear muito bem, senão passa...Está preocupada com o futuro do país?
Com criatividade e positivismo vamos conseguir ultrapassar e dar a volta às coisas. É muito difícil não ser contagiado por esta onda de negativismo mas temos de acreditar que é possível! Qual foi o seu trabalho mais recente?
Foi "Falas Curtas", na RTP2, e o meu monólogo que ainda hei-de viajar com ele. Agora estou a terminar um curso de formação para atores de oito meses com um ator e professor americano que está em Portugal. Estou a aprender a técnica Meisner e estou a adorar.
(Texto: Palmira Correia)
(Fotos: Sérgio Matos)
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