Queria fazer BTT, desporto que praticava desde pequenino, mas uma doença obrigou-o a desistir. Que doença foi essa?
Foi mononucleose, também conhecida como "doença do beijinho".
Mais tarde quis ser realizador. Ainda sonha com o cinema?
O cinema é uma paixão sempre presente na minha vida. Tento ver pelo menos um filme todos os dias e continuar a estudar cinema dessa forma. Também tenho participado em projectos cinematográficos, e não perdi de vista o objectivo de um dia realizar um filme.
Deixou Portalegre para vir estudar cinema para Lisboa com 18 anos. Adaptou-se bem à confusão da grande cidade?
Já conhecia Lisboa o suficiente para não ter grandes dificuldades. O mais complicado é estar longe da família, mas fazemos questão de nos encontrar regularmente para matar saudades.
Pouco depois interrompe o curso para participar na série Morangos com Açúcar. Foi essa experiência que lhe indicou o rumo que quer seguir?
Foi nessa altura que ganhei o vício da representação, sim. Sinto muito prazer em trabalhar como ator e para já é essa a aprendizagem que quero fazer, mas um dia pretendo também terminar o curso de realização.
Depois dos Morangos foi protagonista da série Lua Vermelha, na SIC. Alguma vez imaginou que a escalada pudesse ser tão rápida?
Fiquei grato pela oportunidade de ser protagonista e interpretar um personagem tão rico como o Afonso mas tento não ver as coisas nesses termos, como uma escalada, até porque agora voltei a interpretar personagens mais secundários. Cada papel é um papel, o importante é conseguir provar que estou à altura.
Começou nos Morangos, protagonizou Lua Vermelha e agora está na telenovela Laços de Sangue. Já se considera um ator?
Há pessoas mais velhas e com uma carreira muito mais extensa que a minha que não se consideram ainda atores. É esse o trabalho que tento desempenhar mas tenho a noção de que ainda tenho muito a aprender.
Agora rapou o cabelo para interpretar e nova personagem em Laços de Sangue para descolar da personagem de Lua Vermelha. Pelo trabalho faz qualquer coisa?
Dentro do razoável, sim. Faz parte do trabalho de ator entregarmo-nos às exigências do papel de corpo e alma, e é isso que procuro fazer. Neste caso a ideia de rapar o cabelo foi minha e a produção aprovou.
As crianças e jovens, o seu publico-alvo de Lua Vermelha, ainda o abordam na rua?
Sim, ainda sou reconhecido com frequência e é muito compensador quando isso acontece. A grande motivação de um ator é sempre o reconhecimento do seu público.
Disse numa entrevista que sonha com uma carreira no estrangeiro. Como e quando?
Quando e se se proporcionar. É algo que gostava de viver um dia, mas em primeiro lugar está a consolidação da minha carreira em Portugal.
Também disse numa entrevista que gostava de ter quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas. Já sabe quando?
A longo prazo. Ainda só tenho 24 anos, tenho muito para viver antes disso.
Tem defendido a sua privacidade com muita determinação, mas toda a gente sabe que é namorado da Vanessa Oliveira. Isso incomoda-o?
Não posso dizer que me incomode, mas também não gosto de ser rotulado como "o namorado da Vanessa Oliveira". Apesar da relação que nos une, somos pessoas distintas e procuro ter o meu mérito individual.
Diz que continua a fazer as mesmas coisas que fazia antes de ser ator. É difícil manter o equilíbrio no meio de tanto assédio?
Não é difícil. Por vezes sou reconhecido na rua mas nada que interfira com a minha vida normal.
Ainda só sabe fazer baba de camelo, torradas e leite com chocolate?
Por enquanto sim. Talvez diversifique o meu reportório quando tiver de interpretar um cozinheiro.
O que é para si um serão bem passado?
Sempre que o trabalho permite gosto de sair com os meus amigos, ir ao cinema, jogar futebol, ou ficar em casa a ver séries ou a jogar PlayStation.
E férias? Em Portugal ou no estrangeiro?
Depende do tempo disponível. Portugal é um país tão bonito e com tantos atrativos que muitas vezes nem acho que seja preciso ir para fora para passar umas boas férias.
Qual é o seu maior sonho?
Ser feliz, continuar a fazer aquilo de que gosto e conseguir atingir sempre os meus objectivos.
O que mais o entristece?
A mentira e a hipocrisia.
Qual é o seu lema de vida?
Uma inversão da frase do James Dean, "Live fast, die old".
Uma pessoa?
Fernando Pessoa.
Um livro?
"O Sol Nasce Sempre", de Ernest Hemingway.
Uma paisagem?
O deserto do Sahara.
Um restaurante?
"Faz Gosto", no Bairro Alto.
Uma música?
"November Rain", dos Guns n' Roses.
Uma palavra?
Adrenalina.
Um político?
D. Sebastião a regressar numa manhã de nevoeiro.
Um clube?
Benfica.
Um filme?
"O Padrinho".
A felicidade é o quê?
Poder fazer aquilo que me apaixona.
Rui Porto Nunes
Este artigo tem mais de 13 anos
Entrevista com Rui Porto Nunes Queria ser realizador de cinema, mas uma participação em Morangos com Açúcar, deixou-lhe o vício da representação. Nesta entrevista, o jovem Rui Porto Nunes, de 24 anos, uma das figuras do elenco de Laços de Sangue, desvenda sonhos, gostos, paixões e prazeres.
Comentários