A 58ª edição do Festival de Cinema de Berlim começou ontem em grande estilo, com a exibição de "Shine a Light", um filme-documentário de Martin Scorsese sobre os "Rolling Stones".

Os elementos de banda (Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood) fizeram questão de estar presentes, o que desde logo transformou a abertura do Festival num espectáculo dentro do espectáculo. Basta referir que mais de 600 jornalistas disputaram um lugarzinho na sala onde os "Stones" deram uma conferência de Imprensa, com metade a ter de ficar de fora, por falta de espaço.

"Shine a Light" foi rodado por Scorsese num concerto dos "Rolling Stones", em Nova Iorque, por ocasião do 60º aniversário do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, em 2006, e completado com velhas entrevistas e imagens de arquivo.

Convidado a comentar o filme, Mick Jagger disse que é um trabalho "com algo de novo".  Além de expor "a relação entres os músicos em palco", coisa nunca vista, é também "a noite de um concerto que fica registada para sempre".

Charlie Watts, que tem fama de lacónico, disse que não gosta de ser filmado : "O filme é muito bem rodado, mas eu odeio isto", desabafou o baterista dos "Stones".

Já Keith Richards preferiu elogiar o realizador Scorsese e os operadores de câmara, confessando que os músicos em palco "quase não deram por eles " durante as filmagens, "o que foi importante para o espectáculo".

Quanto a Scorsese, declarou que os Rolling Stones foram para ele uma permanente fonte de inspiração e que a sua música "é intemporal e poderosa". Tão poderosa que teve de gastar 150 quilómetros de película para imortalizar a energia dos músicos.

"Shine a Light" foi apresentado fora da competição do Festival de Berlim, que decorre até 17 de Fevereiro, com 21 filmes na corrida ao prémio maior - o Urso de Ouro.