Sentado ao lado de Judite de Sousa na primeira fila do desfile do "Sintra Fashion 2009", que na noite de sexta-feira decorreu na histórica vila, Emídio Rangel respondeu com uma gargalhada a uma provocação que o apresentador Manuel Luís Goucha lhe atirou do palco: "Dr. Rangel, quando é que nos vamos cruzar nalgum desses corredores?..."

Mais tarde, interrogado pelos jornalistas, que viram na frase de Goucha uma indicação de que Rangel poderia estar a negociar uma eventual transferência para a TVI, o homem que fundou a TSF e pôs a SIC no ar foi breve: "Isso são boatos, e eu não comento boatos..."

Mais expressivo foi Rangel quando os repórteres lhe pediram um comentário sobre a crise na SIC. Aí, aquele que foi o homem-forte do canal de Carnaxide até ser dispensado pelo dr. Francisco Pinto Balsemão não se fez rogado:

"Há pessoas com valor a administrar a SIC e pessoas que não valem nada. Não vou dizer quem, nem vale a pena porque toda a gente sabe... Lamento muito que a SIC tenha chegado a um lugar tão baixo. Espero que quem lá esteja a consiga recuperar, porque foi um projecto concebido por mim e que, aliás, que já me trouxe muito sucesso. Não gosto de os ver na rua da amargura..."

Para Rangel, entre as causas do declínio da SIC estão, também, a falta de estratégia, a fraca qualidade das equipas, a deficiente organização e a falta de amor à camisola.

 

Disse ele: "A televisão é um meio que precisa de pessoas com muito talento que se empenhem e dediquem a cem por cento. E é óbvio que a SIC precisa de investir na equipa. Não basta ir buscar figuras como a Cláudia Vieira ou a Diana Chaves. É preciso contratá-las com um objectivo preciso, com um projecto concebido e definido a pensar nelas, e pô-las a trabalhar. Se contratam gente para não fazer nada, então o investimento é uma pura perda."

Neste momento, Emídio Rangel dá aulas numa universidade, faz comentários na RTP e alimenta uma crónica no "Correio da Manhã". Acredita poder voltar à TV, mas como administrador da Telecinco, uma empresa que aguarda uma decisão dos tribunais para saber se ganha ou não uma licença para um 5º canal nacional generalista.