Ao discursar para cerca de mil pessoas em Durban, o Príncipe Harry elogiou os avanços conquistados desde a época em que a sua mãe, a falecida princesa Diana, defendia os doentes com SIDA.

"Quando, em 1987, a minha mãe agarrou na mão de um homem que morria de SIDA, ninguém podia imaginar que um quarto de século depois estaria disponível um tratamento que permitisse às pessoas seropositivas viverem de forma plena", afirmou Harry.

Mas "agora que as pessoas com VIH vivem mais tempo, a SIDA é um tema que já não faz manchetes", correndo-se o risco de existirem menos financiamentos, alertou o príncipe.

Todos os anos, cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo estão infetadas com o vírus da SIDA, um número que permaneceu mais ou menos constante ao longo da última década.

"Já está na hora de uma nova geração de líderes continuar esta batalha", afirmou Harry, de 29 anos, que chegou à cidade de Durban após uma visita à instituição de caridade, Sentebale, que ajuda órfãos com SIDA em Lesoto.

"Ao ajudarmos os jovens a combater o VIH, não só vamos acabar com a epidemia, como também vamos mudar a direção da história de uma geração", disse.

Elton John, também presente em Durban, contou que a morte de um adolescente seropositivo americano em 1990 foi o que o motivou a entrar na luta contra a SIDA.

"Os jovens sempre foram a voz da mudança", afirmou o artista de 70 anos. Lamentando a sua idade, John disse em tom de brincadeira: "Vou ser honesto com vocês, os jovens não me vão ouvir", referiu.

"Se queremos que os programas contra o VIH funcionem para os jovens, não lhes podemos dizer o que fazer e pensar", disse. "Não deixem que a geração mais velha vos dê lições. Façam com que sejamos nós a escutar as vossas palavras."

A SIDA, que desde os anos 80 fez mais de 30 milhões de mortos, é a primeira causa de morte de jovens entre os 10 e os 19 anos em África.