E, sem que se desse por isso, eis que surgiu um novo culto entre os admiradores do rapper Pitbull.

Já se tinham visto casos semelhantes em relação a outros artistas, como é o caso de Taylor Swift ou mesmo Beyoncé. Os fãs vestiam-se a rigor para os espetáculos, inspirando-se na própria história - e marca - das cantoras.

Mas, com Pitbull, o cenário é diferente. É orgânico. Irreverente. Viral.

Os vídeos no TikTok com fãs a prepararem-se para os concertos repetem-se a cada 'scroll' e são muitos os registos dos espetáculos 'invadidos' por fãs, que numa epítome de alegria assume a sua 'careca' falsa.

@fioonaax Daleeeeee #pitbull #concert #party #costume @dora @thatgirlwithkris @Milin?‍️ @Anida Hey Baby (Drop It to the Floor) (feat. T-Pain) - Pitbull

O 'uniforme Pitbull'

O fenómeno cresceu de tal forma que mesmo o The New York Times fez uma reportagem sobre o mesmo.

Descrevendo o cenário que encontrou à porta da O2 Arena, em Londres, onde no início desta semana o artista deu um espetáculo, conta-nos a publicação que a "Pitbull mania" é um "caso à parte" em termos de extravagância. "Andar entre os Pitbulls [nome com que os fãs foram batizados] é como se a noite de Halloween tivesse apenas uma máscara: a de Pitbull."

A 'careca' falsa que cobre a cabeça é um item obrigatório. Os óculos escuros igualmente. Em termos de roupa, a maioria das admiradoras (uma vez que são mais mulheres que homens), conjugam umas calças pretas com uma camisa branca e gravata preta. E 'voilá', temos um 'Pitbull' perfeito.

@pitbull Shoutout to all the fans out there that keep showing love… daleeee #baldies #mrworldwide original sound - Pitbull

A reação de Pitbull ao fenómeno viral

Em declarações à BBC, o rapper - cujo nome verdadeiro é Armando Christian Pérez - mostrou-se fascinado com os seus índices de popularidade no Reino Unido (e não só).

"Cada vez que dou um concerto faço questão de me certificar que se usarem uma 'careca' falsa, terão uma das melhores noites da vida deles - é mais profundo do que simplesmente música", notou.

Aos 44 anos, o rapper - que já vendeu mais de 25 milhões de álbuns em todo o mundo e 100 milhões de singles, notou que foi só nas digressões mais recentes que começaram a surgir pessoas vestidas como ele, os tais clones, algo que para si é uma "honra".

"É o troféu mais importante subir ao palco e ver os frutos do trabalho árduo na música. Estou no mercado há 25 anos e ver o público, toda a gente [a vestir-se assim] nos espetáculos não tem preço", fez ainda saber.

Não se trata (apenas) de música, mas nostalgia

Pitbull, filho de pais cubanos, começou a sua carreira no mundo hip hop latino, inspirando-se nas influências que recebia da sua terra natal, Miami.

A transição para o pop foi feita no início dos anos 2010, ao lançar colaborações de sucesso com artistas como Christina Aguilera, Usher e Shakira.

Devido ao crescimento do streaming, a música espanhola ganhou um novo fôlego e Pitbull aproveitou a vantagem.

"É irónico, sou uma espécie de anomalia na indústria da música", afirmou. "No mundo latino diziam que era demasiado inglês e no mundo inglês que era demasiado latino, por isso juntei os dois", explicou.

Este revela que "é algo muito poderoso" quando pessoas lhe dizem que "começaram a aprender espanhol" por causa das suas músicas.

Não são apenas concertos, são um escape à realidade

Com várias sucessos que marcaram a sua carreira, como é o caso de 'Fireball' (2014), 'On The Floor' (colaboração com Jennifer Lopez lançada em 2011) e 'Timber' (2013), grande parte da magia dos concertos do rapper parte da nostalgia.

"A minha música permite um escape [à realidade]. É como se fosse terapia", argumentou ao canal de televisão britânico.

Assim, Pitbull garante "não se preocupar com as tendências", uma vez que o seu único objetivo é que os fãs se divirtam ao máximo.