Na sua primeira entrevista à TV desde que lhe foi diagnosticado um cancro no pâncreas, o actor Patrick Swayze disse estar "irritado, assustado e a viver num inferno". Admitiu, ainda, que pode ter apenas mais dois anos de vida.

Um ano após ter recebido o diagnóstico de uma das formas mais letais da doença, a estrela de "Dirty Dancing" disse à apresentadora Barbara Walters, da ABC, que já ultrapassou todas as médias estatísticas, segundo as quais já deveria "estar morto há muito tempo". Mas reconheceu que o seu tempo pode ser curto: "Eu diria que mais cinco anos de vida seria algo desejável e fantástico. Dois anos parecem prováveis, mas eu quero durar até que se descubra uma cura".

Segundo a Sociedade Americana do Cancro, o cancro pancreático tem um índice de apenas 5 por cento de pacientes que sobrevivem durante cinco anos. A maior parte deles morre em apenas seis meses.

"Pode apostar que estou a passar por um inferno. Tenho muito medo, estou assustado, irritado, e pergunto-me ´porquê eu?'..." - disse Swayze, de 56 anos, na entrevista transmitida nesta quarta-feira.

O actor e dançarino já se submeteu a uma agressiva quimioterapia e um tratamento com uma droga experimental. E surpreendeu os colegas ao começar a filmar uma série policial de TV, "The Beast", sem recorrer a analgésicos. "Acho que todos acharam que eu estava maluco, mas quando você está a gravar não pode usar medicamentos", explicou Swayze. "Não posso usar Hydrocodona ou Vicodin, ou esse tipo de coisas que bloqueiam a dor, porque bloqueiam também o cérebro", acrescentou.

Casado há 33 anos com Niemi, Patrick Swayze tornou-se mundialmente conhecido quando desempenhou o papel de um professor de dança em "Dirty Dancing" (1987), um filme que inspirou musicais nos palcos de Londres, Austrália e Canadá. Em 1990, contracenou com Demi Moore em "Ghost".