Os Calema estão de volta à estrada com a digressão 'Voyage', nome que inspirou o mais recente tema dos irmãos - 'Viagem'. Estivemos à conversa com a dupla de São Tomé e Príncipe, que nos falou sobre o single e a fase feliz que vivem neste momento.
Depois de atingirem um marco na sua carreira ao encherem dois MEO Arena, António e Fradique aproveitam ao máximo este momento positivo, fruto de uma intensa carreira de 15 anos.
Mais maduros, os artistas admitiram que ganharam uma nova postura relativamente à vida, tendo passado a priorizar o equilíbrio entre o lado profissional e o pessoal.
Como é que os fãs têm reagido ao novo tema 'Viagem'?
António: Tem sido uma aventura. A ideia é mesmo levar as pessoas numa viagem...
Onde é que foram buscar a inspiração para a música?
A: Já tínhamos esta ideia desde 2022. Quando entrámos no estúdio começámos a experimentar sonoridades.
Em abril, celebraram os 15 anos de carreira com dois concertos na MEO Arena. Como é que viveram esse momento?
A: Fazer a MEO Arena foi um marco na nossa carreira e uma forma de comemorarmos com os que nos seguem desde o início, de mostrar que, independentemente de onde venhamos, é possível [alcançar os nossos sonhos] se acreditarmos.
Fradique: Foi celebrar de forma completa com pessoas da família e outras que fizeram parte do processo. Foi marcante na nossa vida, na nossa carreira. Ainda custa acreditar, depois de tudo o que vivemos, que aconteceu realmente.
Encher a MEO Arena é algo histórico. Fomos os únicos [a consegui-lo] na história do nosso país. É algo inexplicável
Custa a acreditar em que sentido?
F: Por causa de tudo o que aconteceu. Foi, sem dúvida, importante acreditar que com tempo, dedicação e trabalho as coisas iam acontecer, mas não nesta grandeza.
F: Estamos a falar de São Tomé e Príncipe, de um país com 200 mil habitantes. Sair do sul, uma das zonas mais desfavorecidas, e chegar a Portugal. Encher o Meo Arena é algo histórico. Fomos os únicos [a consegui-lo] no nosso país. É algo inexplicável.
Daí a nomeação para embaixadores de São Tomé...
F: É uma responsabilidade enorme! Fomos nomeados há poucos meses como embaixadores da Cultura de São Tomé e Príncipe. Preocupamo-nos bastante em como os jovens da lusofonia pensam, em como podemos trazer um pouco de amor e esperança.
Era um objetivo que já tinham... Fazer a MEO Arena?
A: Não... As coisas foram acontecendo. A nossa caminhada mostrou-nos o nosso verdadeiro objetivo: inspirar os jovens que estão a começar agora. A vida é um percurso, vamos nos tornando mais completos.
A última vez que falamos foi em 2020. Como é que tem sido a vida desde então?
F: Aconteceu muita coisa, incluindo o meu casamento... Depois da pandemia procurou-se ter mais tempo para passar com a família. Começamos a diminuir o número de espetáculos para conseguir usufruir do sucesso com aqueles que amamos.
Não havia esse balanço anteriormente?
F: Viemos de um país subdesenvolvido, com muitas dificuldades, uma taxa de analfabetismo elevadíssima, com poucos recursos… Quando temos a oportunidade de trabalhar e mudar de vida esquecemo-nos que há momentos primordiais.
O sucesso é muito bom, mas muitas vezes é uma coisa ilusória. Aquilo que nos sustenta são estas coisas reais
É fácil manter os pés no chão?
F: Isso é fundamental. Procuramos manter os pés no chão porque aí é que está a nossa inspiração. Cantamos a nossa música, mas queremos a paz com a nossa família. O sucesso é muito bom, mas muitas vezes é uma coisa ilusória. Aquilo que nos sustenta são estas coisas reais.
O que vem por aí?
A: Estamos a preparar o próximo álbum. Temos participações com artistas internacionais que iremos lançar nos próximos meses. Vamos levar a tour 'Voyage' por todo o mundo.
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