Paulo Teixeira é atualmente um nome cada vez mais sonante na área do fitness. Com a ajuda e influência da namorada, Helena Coelho, o personal trainer aliou os conhecimentos, técnica e formação ao mundo digital, e foi nas redes sociais que encontrou o ponto de partida para conquistar o seu público, lançar uma plataforma dedicada ao fitness e marcar a diferença.

O desejado reconhecimento chegou recentemente, Paulo Teixeira recebeu o prémio Social Star Portugal 2021, uma categoria exclusivamente dedicada a Portugal no âmbito dos E! People’s Choice Awards 2021.

Dias depois de ter conquistado o troféu, atribuído por uma votação feita pelo público, e ainda com as emoções a fervilhar, o personal trainer esteve à conversa com o Fama Ao Minuto.

Como é que o Paulo reagiu à notícia de que estava nomeado para os E! People’s Choice Awards 2021, na categoria de Social Star Portugal 2021?

Não estava nada à espera de ser nomeado. Acredito que a merecesse, mas ao mesmo tempo não esperava. Nunca estamos à espera que alguém esteja a observar o que estamos a fazer. Esta nomeação foi claramente uma surpresa, quando me ligaram para avisar achei que tinha sido um engano. [risos]

Ao saber depois que foi eleito a 'Social Star' portuguesa de 2021, a surpresa foi ainda maior?

Se ser nomeado já foi uma surpresa, então a vitória foi uma surpresa mais IVA. Obviamente que não me considerava o favorito a ganhar, mas estando na luta há sempre aquela réstia de esperança. Felizmente, correu bem.

Receber este prémio é uma forma de reconhecer o trabalho que o Paulo tem vindo a desenvolver?

Acho que sim, principalmente porque estamos a falar de um prémio que é escolhido pelo público. Quero acreditar que o público escolhe quem os marcou de alguma forma, que os inspirou e eventualmente até foi útil. Se sou a escolha do público, quero acreditar que estou a fazer um bom trabalho e que foi pelo meu trabalho que me escolheram.

Não consegui deixar de reparar num vídeo partilhado no Instagram e onde, em tom de brincadeira, agradece aos vários Paulo's que o ajudam a tornar possível o seu trabalho. Como é que consegue desdobrar-se em todas estas 'áreas' (personal trainer, fotografias, edição de vídeo, produção de conteúdos)?

Até agora ainda tenho conseguido… mas, às vezes, nem sei como é que o faço. Não vou mentir que é desafiante, o tempo é contado para todos nós e depois de ser pa,i estas 24 horas do dia tornam-se ainda mais curtas. Claro que o vídeo é uma brincadeira, mas estou a brincar com a verdade. Atualmente tenho conseguido dar conta do recado, mas cada vez mais chego à conclusão de que tenho de pensar em delegar funções, tenho de encontrar mais elementos para me ajudarem. Embora já comece a ter um ou outro treinador para fazerem outro tipo de aulas. Tem de ser assim, se não não consigo ter tempo para tudo.

O facto de ter sido pai recentemente, da pequena Íris [fruto da relação com Helena Coelho], é agora o maior dos desafios?

Desafio em certa parte, mas ao mesmo tempo o acontecimento do ano por outra parte. Acho que o desafio está lá sempre, e todos conseguem compreender que viver no sécculo XXI, com a necessidade de conteúdo que existe, já é um desafio. O desafio é estar preparado para produzir rápido e com qualidade de forma muito frequente, ter um filho nesta altura só aumenta o desafio. Mas já seria desafiante mesmo sem filhos.

Qualquer pessoa com um bom físico, hoje em dia, dá dicas de nutrição, dicas de exercício… é o mundo da Internet

Voltando um pouco atrás, considera que é o facto de ser multifacetado e desempenhar as várias funções que referimos que faz a diferença e o distingue dos seus pares?

Sim. Falando especificamente na área do fitness e com o mundo a tornar-se cada vez mais digital, acho que são importantes essas valências. Faz toda a diferença um treinador que consiga saber minimamente editar um vídeo, uma fotografia. São ferramentas essenciais para o seu marketing pessoal. Não tem como escapar disso se quiser comunicar a nível digital, e acho que isso sim faz diferença. Agora, há aqui uma parte que, inevitavelmente, já vem com a pessoa, a criatividade. Não existe um curso para criatividade, é preciso querer, é preciso gostar. É uma área pela qual já me interessava muito antes de começar a investir nela, a área da criação e edição de vídeo, mas claro que quando conheci a Helena [Coelho], e também com a própria exigência digital, acabei por investir muito mais. Hoje em dia acho que faz toda a diferença. São ferramentas que ajudam a comunicar de forma mais eficaz, de forma diferente, conseguindo destacar-me da grande maioria.

O facto de existir neste momento uma grande concorrência na área do fitness, aparecendo cada vez mais treinadores, e alguns deles pouco qualificados, representa um maior desafio?

Tem coisas boas e coisas más. Pelo lado negativo é um bocadinho o facto de qualquer pessoa com um bom físico, hoje em dia, dar dicas de nutrição, dicas de exercício… é o mundo da Internet, temos de aceitar e jogar com as regras da Internet, pelo menos por agora, mas quero acreditar que futuramente isso poderá ser mais controlado. Acredito também que o próprio mercado vai construir locais onde irás procurar informação fidedigna, por exemplo como a plataforma que criei. Assim, sabes que ao seguires aquela plataforma vais estar a seguir conselhos de instrutores certificados, não há a hipótese de seres apenas um entusiasta do fitness a dar dicas sobre isto ou aquilo. Esta preocupação é algo que vai surgir naturalmente no mercado.

Era muito cético em relação aos treinos online e pensava que não era possível acompanhar as pessoas sem que estivesse presente. Descobri no confinamento que é uma harmonia difícil de conseguir, mas é possível

Como é que nasceu a PTFit, a plataforma que, no fundo, é também a grande impulsionadora para que o Paulo tivesse conquistado este prémio?

A PTFit nasce naturalmente da necessidade de as pessoas se tornarem ativas enquanto estão em casa, juntado isto ao confinamento, em que as pessoas estavam em casa, paradas, sem nada para fazer e a verem cada vez mais os efeitos do sedentarismo. O sedentarismo, que já existia antes do confinamento, é capaz de ser das condições que mais doenças gera e que até mortes causa, ainda que de forma indireta. Fechadas em casa, as pessoas notaram a necessidade de precisarem de se mexer e fazer algo pela saúde física e psicológica.

A PTFit surge de uns treinos que comecei a dar em direto, no Instagram, durante o confinamento. Quando os serviços começaram a desconfiar, sugeri esta hipótese para as pessoas darem continuidade ao trabalho que tinham começado e a aceitação foi boa. Nós pensamos, às vezes, na realidade de Lisboa, em que temos um ginásio em cada esquina, mas há pessoas que nos seguem na plataforma e que vivem em terras remotas em que não há assim tantos ginásios, ou os que há não estão preocupados com saúde. Tenho atletas que me estão a seguir desde 49 países diferentes. Pode ser normal que alguém que esteja a viver em Macau, por exemplo, se sinta melhor a trabalhar com um treinador português do que com um local. Há um conjunto de características que tornaram natural o surgimento desta plataforma. O treino online já era uma realidade, embora muitos não acreditassem nela. E contra mim falo, eu era muito cético em relação aos treinos online e pensava que não era possível acompanhar as pessoas sem que estivesse presente, sem que conseguisse ver, corrigir. Descobri no confinamento que é uma harmonia difícil de conseguir, mas é possível.

É importante nós, treinadores, termos em mente servir as pessoas antes de pensarmos em ganhar dinheiro

Então, a opinião do Paulo mudou completamente?

Completamente, ao ponto de atualmente nem sequer dar treinos personalizados pessoalmente. Isto também tem a ver com o nascimento da minha filha, mas atualmente eu só estou dedicado à plataforma de treinos online.

E para quem tem receio de que, de facto, o acompanhamento não seja o mesmo, é possível provar que há resultados?

Sim, ótimos resultados. Até mesmo para provar que há resultados, tenho partilhado imagens do antes e depois de alguns atletas. Partilho não só as imagens do antes e depois, que é aquilo que mais impressiona, mas também a opinião das pessoas. No fundo, como já tinha dito, há sempre espaço para quem faz um bom trabalho, seja ele online ou não. Há sempre espaço para as pessoas mostrarem as suas valências, isso vai ser sempre valorizado.

É importante nós, treinadores, termos em mente servir as pessoas antes de pensarmos em ganhar dinheiro. Este é o ponto fulcral da questão e deve ser a nossa maior preocupação.

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O incrível antes e depois conseguido com a ajuda do personal trainer© Reprodução Instagram/ Paulo Teixeira

E é isso que a PT Fit tem de diferente, essa oferta especializada e personalizada?

Acho que a plataforma correu tão bem porque é feita de pessoas e para as pessoas. Quem está na plataforma escolhe como quer as coisas, eu apenas procuro a solução para cada um dentro daquilo que é possível. Quando acabou o primeiro confinamento, fiz um inquérito online para perceber o que é que as pessoas valorizavam naqueles treinos online e foi com base nesse inquérito que criei a plataforma. Portanto, a PTFit foi construída, literalmente, com base naquilo que as pessoas mais valorizam.

Falemos, por fim, daqueles que são os desejos para o futuro. O que está, para já, planeado?

Futuramente esta plataforma vai crescer e passar a ser uma aplicação própria. Como vai ser ainda não consigo ter a certeza, mas vai evoluir e ajudar-me não só a mim como a outros instrutores. A ideia é criar um ecossistema que permita aos bons instrutores, a quem for credenciado, ter um local onde consiga partilhar informações sobre os seu próprios treinos, informações relacionadas com a temática. Tudo isto de forma a que quem está do outro lado saiba que está a receber informações que estão realmente estudadas e certificadas.

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