Marta Faial começou a sua carreira como modelo fotográfico e foi com o seu papel na série ‘Morangos com açúcar’ que ingressou no mundo da representação. Apaixonada pela profissão de atriz, considera fundamental a aposta na formação e por isso não se arrepende do período passado fora do país, onde se dedicou aos estudos. Com a polémica capa da revista ‘Playboy’ Marta mostrou que está apta para desempenhar qualquer tipo de papel.
Antes de seres atriz começaste a carreira como modelo. Qual consideras ter sido o meio que mais te lançou?
Eu comecei muito nova a fazer trabalhos de moda, queria ganhar o meu dinheiro e a minha independência, mas apesar de gostar muito de fotografia nunca quis fazer carreira em moda. Nunca quis ser igual à minha mãe, até porque não tenho os requisitos necessários para ser modelo! A representação surgiu como uma brincadeira de verão… Eu sempre adorei cinema e televisão por isso tinha o chamado ‘bichinho’. Quando entrei para os ‘Morangos com açúcar’ tive a oportunidade de aprender imenso e adorei a experiência, por isso vou ter de optar pela representação como resposta à pergunta.
Esta estreia foi uma boa oportunidade para uma progressão na carreira?
Sem dúvida. Os ‘Morangos’ são, como toda a gente sabe, uma rampa de lançamento para jovens atores. Apesar de na minha altura ter sido um pouco diferente pois ainda havia pouca gente a fazer a série, ao nível dos atores mais velhos e conceituados. Quando começaram a aparecer mais atores conhecidos a série também ganhou uma notoriedade diferente.
A seguir fizeste uma participação especial na ‘Rebelde Way’ da SIC, mas depois disso não te temos visto tanto na televisão. Porquê?
Dediquei um tempo aos estudos, estive em Nova Iorque a estudar durante um ano, voltei um pouco à moda, e às curtas-metragens. Neste momento estou a fazer a minha primeira longa-metragem com um novo realizador e estou a gostar imenso. Também tenho recebido mais convites nesse sentido, o que é ótimo porque estou a conseguir aplicar aquilo que aprendi em Nova Iorque.
Se tivesses de escolher entre a televisão, teatro e cinema qual escolherias?
Considero todas as áreas muito importantes, mas o cinema é aquela que mais me fascina e também a que se adequa mais à minha maneira de representar.
Porquê os EUA para estudar? Em Portugal não encontras o tipo de formação que foste buscar lá fora?
Há muitos cursos em Portugal e professores fabulosos, eu inclusive fiz alguns workshop’s em Lisboa, mas não me identificava muito com os métodos de ensino daqui. Talvez fosse muito nova… Mas depois resolvi ir com uns amigos para Nova Iorque sondar algumas escolas e descobri um método que me agradou muito e com o qual me identifiquei de imediato.
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O que é que trarias dos EUA que nos faz falta aqui?
Séries, por exemplo. Acho que temos poucas séries, pouca ficção científica. As comédias também fazem falta, mas por algum motivo quando são feitas não têm aderência por parte do público. Mas seria uma boa aposta para o país pois empregam muitos atores no elenco principal e também contam com muitas participações especiais.
Achas que o tempo que estiveste fora prejudicou de alguma forma o teu sucesso? Sentes que ao voltar o público já não se lembrava de ti?
Foi um risco… Estão sempre a ser precisas novas caras e se eu não estou, alguém há de ficar no meu lugar. Mas para mim foi o mais acertado a fazer, para depois ter conseguido voltar com a bagagem suficiente para fazer o que estou a fazer agora. Por isso não me arrependo!
Acreditas que irá compensar?
Já está a compensar! A formação é uma das componentes mais importantes deste trabalho e aí aprende-se muito.
Ponderaste ficar lá a viver?
Sim e ainda pondero. Voltei porque tenho cá a minha família e há muitas outras coisas que nos apegam à nossa terra, mas também porque os EUA são um país muito complicado a nível legal para ficar lá a viver. São processos muito complicados e muito dispendiosos. Mas gostava muito de lá voltar para poder explorar um pouco mais aquele mercado, assim como também gostava de conhecer melhor o mercado inglês.
Quando voltaste pousaste para a capa da Playboy. Este trabalho foi feito para afirmares que deixaste de ser uma menina e que já és uma mulher, ou foi para mostrares que estavas de volta e em grande força?
Foi mais porque a nível de trabalho era sempre escolhida para os papéis mais jovens, devido ao meu ar franzino, apesar de já ter 26 anos. Foi exatamente para me descolar desses papéis juvenis e para mostrar que consigo desempenhar papéis de mulher. Obviamente que não foi uma má opção tê-lo feito depois da minha ausência. Foi para mostrar que estava de volta ao mercado de trabalho e uma forma de teste a mim mesma, porque sempre fui muito tímida e isto foi o teste final para saber se estava preparada para papéis mais ousados.
Como reagiu a tua família a este trabalho?
Apoiaram-me a 100%. São pessoas com uma mentalidade muito aberta e por isso aceitaram sem problemas. Eu sempre fui uma pessoa muito independente e isso também influenciou muito!
A tua mãe é uma forte influência na tua carreia?
Sim… Mas ela também é muito influenciada por mim! Nós somos unha com carne e apoiamo-nos mutuamente. Somos as melhores amigas!
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Qual é o teu maior sonho de carreira?
O de qualquer ator: vingar internacionalmente. Obviamente que quero vingar em primeiro lugar no meu país mas a produção lá fora é muito mais grandiosa.
Como defines numa palavra o momento que estás a viver a nível profissional?
Já passei a fase da descoberta e agora vejo-me na fase de crescimento.
E a nível pessoal?
Estou numa fase de tranquilidade. Acabei de me mudar para Cascais, para um local mais calmo. E também estou a tirar a carta de condução, que está a ser uma verdadeira aventura.
A relação com o ator Ian Velloza é também em parte responsável pelo momento de tranquilidade que está a passar?
Sim, pois é com tranquilidade e naturalidade que vivemos a nossa relação. Gosto muito de estar com ele, mas vivo esta relação sem pressas…
Por Patrícia de Sá Oliveira
*Esta entrevista foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico
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