João Soares, marido de Maria João Abreu, usou as respetivas redes sociais esta quarta-feira, dia 19 de maio, para fazer uma homenagem à atriz, com quem manteve um casamento de mais de 10 anos.
Partilhando uma fotografia a preto e branco da eterna artista, João partilhou com os seguidores um texto que esta escreveu sobre o amor, ainda no ano passado.
"O Amor e a João. Em finais de 2020, a minha João foi convidada a escrever, para o Jornal Mãos Unidas, algo sobre o Amor. Partilho aqui esse texto, para que todos possam melhor compreender o ser imenso e intenso que a minha João é. Porque não deixou de o ser. Nunca deixará", começa por referir.
Entretanto deixou o texto: “É Urgente O Amor. A sociedade impõe-nos regras, incute-nos responsabilidades e medos, dogmas e certezas, e outras vezes, incertezas. Mas permite-nos (ainda) poder falar. Felizmente!
Fala-se de política, de religião, de muitas religiões, de ciência, de factos, disto e daquilo, do que se sabe, e cada vez mais, do que não se sabe, e acabamos, sem saber, enclausurados num mundo vertiginosamente frágil.
Nele, onde todos opinamos exaustivamente sobre tudo e sobre nada, acabamos muitas vezes, em severas, agressivas, emocionadas e insultuosas discussões, das quais, quase sempre, sai apenas a raiva e o ódio, acompanhado de alguma satisfação pessoal em como conseguimos, de alguma forma, levar a nossa por diante…
É verdade que, de 'de doutor e de louco, todos temos um pouco'. Mas de repente, o foco é apenas atingir o outro e fazer prevalecer a nossa razão. Perdeu-se a humildade. Perdeu-se a capacidade de acatar. De saber errar. De aceitar e de nos aceitarmos. A Todos. Uns aos outros. Aos outros, especialmente.
Duas das maiores capacidades do ser humano são amar e perdoar. Só assim teremos a liberdade interior a vontade inexorável de explorar os desígnios da humanidade. Só assim, aquela chama interior que em princípio todos teremos, brilhará. Será essa a ignição perfeita para termos a paz necessária que nos fará sentir solidários.
É urgente o foco em cada um de nós. É urgente ser singular, mas pensar coletivo. É urgente deambular pelas ruas sem deixar de olhar os outros. É urgente acabar com esta inércia que nos prende e nos esvazia os sentimentos. É urgente caminharmos confiantes, sem medos e sem julgamentos. É urgente construir um mundo mais justo e talvez, com sorte, perfeito. É urgente o Amor. Porque só o Amor pode salvar".
Note-se que Maria João Abreu morreu no passado dia 13 de maio, depois de não ter resistido a dois aneurismas.
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