Luís Lourenço abriu o coração numa entrevista com Daniel Oliveira, que foi transmitida este sábado, 11 de novembro, no programa 'Alta Definição' da SIC.
Prestes a completar 40 anos, o artista notou que vive uma fase de "estabilidade", algo que já procurava há anos, uma vez que passou por vários momentos difíceis ao longo da sua carreira.
"Passei muito mal. Tive fases horríveis. Chegava a casa e quase não tinha dinheiro para comer. [Comia] feijão com grão, porque não tinha para comer. Quem me conhece sabe que nunca vou largar isto, é a minha vida", confessa.
O artista notou que se sentiu particularmente mal quando estava a viver numa "casa horrível" sem condições. Este recorda ainda o período de cinco anos em que não foi chamado para trabalhar em televisão, após ter recusado uma novela.
O casamento com Inês Simões
Luís Lourenço casou com 21 anos com Inês Simões no auge da fama, decisão da qual se arrependeu, explicando o porquê.
"O casamento foi um erro, foi uma influência do excesso de dinheiro, da família, dos amigos", recorda.
"Não me arrependo da relação, mas perdi a oportunidade de casar daquela forma numa altura mais consolidada. Estava tudo à flor de pele. Podia ter aproveitado para uma altura posterior", reconhece.
A morte do pai
2011 foi um ano marcante na vida de Luís Lourenço. Se, por um lado, vivia um momento feliz na sua carreira, uma vez que tinha sido convidado para o programa 'A Tribo', por outro sofreu um enorme desgosto com a morte do pai, que tirou a própria vida.
"A forma como eu encarei foi: 'ele fez aquilo e nunca vou assumir perante a família'. Nunca fiz o luto. Pus a minha carreira em causa", conta, notando que decidiu assumir o negócio do pai, nomeadamente um restaurante.
O entrevistado conta que tomou a decisão porque o restaurante acumulava dívidas, algo que tinha motivado várias discussões com o pai.
Sem conter as lágrimas, Luís Lourenço conta que o pai lhe ligou no dia da morte, mas o ator não atendeu "porque estava chateado". "Ligou-me para se despedir porque estava sozinho no restaurante", recorda.
Posteriormente, reflete: "Eu não fui culpado pela morte dele, mas a verdade é que foi uma atitude minha que fez com que ele fizesse aquilo. (...) Ele fez aquilo e nunca mais o perdoei até há pouco tempo".
O artista realça que durante um ano ficou com a "vida virada do avesso" e que todos os seus dias eram passados na cozinha do restaurante. O mesmo confessa, inclusive, que chegava a ir para locais em que sabia que estaria muita gente para receber palavras de amor e conforto.
"Há pessoas que pensam que sou frio, mas não, sou uma pessoa calma e muita pragmática", adianta, referindo que à época foi muito criticado por "não chorar" ou "fazer o luto".
Na verdade, o único momento em que chorou foi quando contou ao irmão mais novo, que na altura tinha nove anos, que o pai tinha morrido.
Hoje, diz já ter perdoado o progenitor, garantindo que "independentemente do que fez, foi o melhor pai do mundo".
Quanto à sua vida financeira esta ainda está a ser reconstruída. O entrevistado conta que só muito recentemente é que teve a possibilidade de abrir uma conta no banco, uma vez que continua a pagar dívidas no restaurante, depois de o ter vendido e de o comprador ter desaparecido.
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Serviços telefónicos de apoio emocional e prevenção ao suicídio em Portugal: (ou) Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:
SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
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