
Há vários anos, João Maria Pinto sofreu de uma profunda depressão. Uma fase da sua vida que recordou em conversa com Maria Botelho Moniz e Cláudio Ramos esta quinta-feira.
“Eu não diagnostiquei nada. A dada altura, eu não estava cá. A depressão era cada vez mais profunda, era capaz de passar um dia inteiro sentado a olhar para o nada. Não sentia absolutamente nada de nada”, confessou. “Eu não estava cá, não existia, não tinha sentido a vida”, continuou.
A depressão começou mais de um ano antes de ser operado de urgência à cabeça. Segundo o ator, “tinha uma má formação arteriovenosa”. “De nascença, os vasos capilares começam a entrelaçar-se e vão formar um novelo, uma massa que só se revela por epilepsia a partir dos 40 anos. Foi o que me aconteceu a mim”, explicou.
E foi quando teve um ataque de epilepsia que descobriu que tinha de ser operado.
Sobre o facto de ter tido a depressão, acrescentou: “É por causa disto. Aquilo começa a fazer pressão numa determinada zona do cérebro que apaga tudo, memória, humor…”.
“O engraçado é que depois de me tirarem o ‘chouriço’, eu automaticamente comecei a dizer: ‘Eu já me lembro de tudo’. Foi nascer outra vez”, recordou.
Mais tarde, foi submetido a uma cirurgia ao pulmão. “Tinha um nódulo”, contou no programa ‘Dois às 10’, da TVI.
Anos depois, em 2012, foi para o hospital após ter sofrido um enfarte. E em todas as intervenções cirúrgicas a que foi sujeito, diz, “nunca teve medo”. “Confio sempre na medicina. Há sempre um otimismo da minha parte em relação à sala de operações”, afirmou.
Por sua vez, uma das filhas, Carolina Picoito Pinto, que também marcou presença no programa, disse: “O meu pai é um sobrevivente, completamente. Lá em casa eu sou toda biológica e depois penso: O meu pai, se não fosse a química, não estava aqui. Ele esteve em coma imenso tempo”.
“Ele fala disto e não conta pormenores nenhuns. Ele ficou em coma imenso tempo e ficou um vegetal imenso tempo. Esse problema ficou para o resto da vida, o meu pai é um reflexo também disso. E depois teve um problema também muito grave no pulmão. Achou-se sempre que era maligno, mas depois, no bloco, o médico veio aos gritos cheio de sangue dizer que era benigno”, lembrou.
“Sinto que o meu pai é muito frágil, e não é. Ele sabe isto. Eu cuido muito dele. Já aconteceu eu ter de cuidar do meu pai e já adulta, e foi uma sensação mesmo violenta. Já aconteceu comigo os papéis inverterem-se. Tenho sempre essa constante preocupação de perceber se o meu pai está bem”, rematou.
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