João Catarré esteve afastado dos holofotes e falou agora, pela primeira vez, sobre o problema que o deixou ausente. O ator esteve nos últimos meses a lutar contra um cancro, tema que foi o grande destaque da conversa que teve com Daniel Oliveira. Uma questão de saúde que está "resolvida".

O artista contou que sempre fez tudo para evitar que se soubesse o que se passava para não preocupar "ninguém". "Porque sentia que era uma coisa que ia revolver", explicou, tendo conseguido superar.

No entanto, começaram a circular notícias "falsas" que o levaram a reagir publicamente e que o deixou 'exposto'.

João Catarré lamentou o facto de a sua privacidade ter sido "invadida", tendo também destacado todas as mensagens de apoio que recebeu. Aliás, diz, foi-lhe "impossível" responder a tantas mensagens e aproveitou o momento no 'Alta Definição', da SIC, para "agradecer".

Questionado por Daniel Oliveira sobre a situação pela qual passou, partilhou: "Não acredito nas injustiças, aconteceu porque tinha de acontecer. Deparei-me com uma situação de saúde um pouco grave, oncológica. Aparece sempre aquele receio. [Mas] rapidamente esse medo foi substituído por resolução. Vamos lá tratar disto. Há uma mudança na nossa cabeça, pelo menos foi o que me aconteceu e acho que foi uma determinação tão grande que o medo deve ter durado pouco tempo".

Recebeu o diagnóstico em junho do ano passado. Apoio de Joana Pais de Brito foi "fundamental"

"A cabeça, a motivação é tudo. [...] Há soluções médicas, clínicas, mas se a nossa mente não está preparada ou não está disponível, a medicação também não tem o efeito certo", acrescentou. "A grande parte da resolução foi no acreditar, na mente, na força interior", afirmou.

João Catarré recebeu o diagnóstico em junho do ano passado, depois de "sentir um ligeiro cansaço". A notícia foi-lhe dada pessoalmente e estava na altura com a companheira, Joana Pais de Brito.

O ator realçou também que a "ajuda" da namorada foi "fundamental" neste processo, tendo referido que Joana Pais de Brito também sofreu com toda esta situação, assim como várias pessoas que lhe são próximas.

A filha achava que o pai estava "só a levar uma vitaminas e a fazer uns exames"

"É difícil não pensar noutra coisa, não quer dizer que se tenha que estar sempre a pensar nisso. Tentei sempre ao máximo desviar as atenções disso para não carregar tanto no que estava a fazer", partilhou. "Quando a mente entra neste processo de resolução, até ter a certeza absoluta, há muita dúvida. Mas a partir do momento em que a certeza absoluta vence, a dúvida desaparece a 100%", disse ainda.

João Catarré esteve em tratamentos e teve períodos de isolamento. O ator contou sempre com a companhia da namorada, mas deparou-se com outras realidades que o deixaram triste. Isto porque, relata, há muitas pessoas na mesma situação pela qual passou que estavam sozinhas porque estavam longe das famílias. "É angustiante saber que há pessoas nessa situação", desabafou, tendo, por isso, sentido que é uma pessoa "sortuda".

Pai de uma menina, Francisca, fruto da relação passada com Sandra Santos, João Catarré explicou que a filha achava que o pai estava "só a levar uma vitaminas e a fazer uns exames".

Ainda sobre a pequena Francisca, de oito anos, salientou que "é um amor único". "É o grande amor da minha vida. O amor que sinto não é quantificável", frisou.

A morte da mãe no início de 2022

O diagnóstico chegou 'pouco tempo' depois da perda da mãe, que morreu em janeiro de 2022, como também recordou em conversa com Daniel Oliveira. Mas mesmo não estando fisicamente, diz, "a minha mãe foi das pessoas que esteve também presente neste processo todo".

"Ela está sempre presente. De outra forma, recebi a força e energia dela, mas não foi só nesta situação. Quando tenho que tomar alguma decisão também falo com ela", disse.

Luta contra o cancro ultrapassada

Ao fim de meses de luta, a questão de saúde está resolvida. "Fiquei todo contente, a Joana ficou toda contente, começámos aos gritos a festejar", relatou ao lembrar o momento em que recebeu a notícia de que tinha vencido. "Foi uma lufada de ar fresco, um peso que saiu de cima e uma sensação de missão cumprida", confessou.

Ainda durante a entrevista, partilhou também: "Não se perde o medo de morrer, acho que todas as pessoas têm o medo de morrer e ninguém quer, mas não se dá tanto peso a isso porque nós também atraímos muitas coisas. Os nossos pensamentos, se estivermos sempre a pensar nesse medo, possivelmente ele chega e nós não queremos que ele chegue. Se não pensarmos nisso, ele fica longe".

[Notícia atualizada às 15h40]