Com o Festival RTP da Canção mesmo à porta, Pedro Granger não deixou de responder às perguntas do Fama ao Minuto sobre o concurso anual que elege o representante de Portugal no Festival Eurovisão da Canção.
Um assumido fã da competição internacional, contou que este ano vai viver uma "experiência muito fixe". Além disso, não deixou de recordar a vitória da Ucrânia no ano passado, tendo destacado que "respeita quem ache não devia ter ganho".
O ator também reagiu aos vários comentários que são feitos por causa de Portugal dar pontos a Espanha e nem sempre receber do 'país vizinho'.
Mas antes, Pedro Granger falou do seu gosto por viagens, realçando os encantos da ilha da Madeira.
Quando vais à ilha da Madeira, qual o sítio que nunca falhas?
Há vários! Há um sítio onde ainda não fui que é a Porto Santo, portanto, o que faz falta é eu ir a Porto Santo. Fui e vou muitas vezes à Madeira, e não há uma explicação que consiga encontrar que me desculpe por ainda não ter ido. Este ano vou a Porto Santo, está aqui prometido.
Muita gente só se começou a perceber quando os estrangeiros começaram a vir para cá
Gostas muito de viajar?
Sim! Acho que uma pessoa cresce a viajar, aprende, torna-se mais humana, valoriza mais as coisas, valoriza o que é mais importante… Durante uns tempos, tinha aquela mentalidade de viajar muito lá fora. Há 10 anos que tenho esta coisa de descobrir cada vez mais Portugal e valorizar o fantástico país que temos, do norte ao sul e às ilhas. É inacreditável.
Mas já há mais valorização?
Há cada vez mais, mas acho que muita gente, se calhar, só se começou a perceber quando os estrangeiros começaram a vir para cá. Sou daquela altura em que as férias de verão eram três meses e sempre fui muito para São Martinho do Porto e para o Alentejo. Até fazia muitas férias cá dentro, mas fixava-me em dois ou três sítios. Hoje em dia não. Também adoro Viana do Castelo, as Beiras…
Há uma aproximação do público e dos cantores hoje em dia. Isso tem-se visto também nos próprios artistas que têm concorrido e que perceberam que a Eurovisão é um palco para a Europa e para o mundo
Falando agora no Festival da Canção, até porque já estamos outra vez em contagem decrescente...
Este ano vou ter uma experiência muito fixe. Convidaram-me para fazer os comentários para a Antena 1. Portanto, vou comentar as semi-finais e a final com a Noémia Gonçalves e a Diana Castro. Vai ser uma experiência super fixe.
Isto é um 'bebézinho' teu?
As pessoas acabam por me associar porque sabem que gosto. Vou à Eurovisão desde 2012, sou daqueles que vai lá e que gosta mesmo daquilo - mesmo quando não era 'cool' dizer-se que se gostava do Festival da Canção, nunca tive vergonha. E não há que ter vergonha. Há um mérito inacreditável da equipa da RTP em termos da revitalização e da reconstrução do festival, e que tem dado frutos. E há uma aproximação do público e dos cantores hoje em dia. Isso tem-se visto também nos próprios artistas que têm concorrido e que perceberam que a Eurovisão é um palco para a Europa e para o mundo. Não só para mostrar Portugal, mas para projetarem as próprias carreiras dos músicos.
Tem sido engraçado ver as várias músicas escolhidas internacionalmente - o que Espanha já escolheu, o que Itália vai mandar, o que é que a Alemanha vai mandar… Algumas músicas com alguns protestos contra a guerra disfarçados, porque não podem ser músicas políticas.
Aprende-se muito sobre história e sociologia com a Eurovisão. Olhar para o percurso da Eurovisão, para as canções, para o que se traz... Não é uma coisa a que se deva estar tão desatento. Podemos aprender muito enquanto pessoas, seres humanos, enquanto cidadãos com a própria história da Eurovisão.
Vou desmistificar uma coisa. Neste momento, pelo menos até há dois anos, ainda é Portugal que "deve" pontos à Espanha. Também houve vezes que Portugal não deu a Espanha
Há comentários sobre o facto de Espanha não dar sempre pontuação a Portugal, mas nós darmos sempre pontos a Espanha…
Vou desmistificar uma coisa. Neste momento, pelo menos até há dois anos, ainda é Portugal que "deve" pontos à Espanha. Estamos equilibrados. Também houve vezes em que Portugal não deu a Espanha. Acho que ficamos muito marcados com os casos dos anos 90 em que Espanha não deu pontos a Portugal. E há anos em que Espanha ficou no top 10 e Portugal não deu pontos. Depois, sim, também há o caso da Lúcia Moniz em que Espanha não lhe deu qualquer tipo de ponto e não percebemos porquê.
E não ficas sentido quando isso acontece?
Sou 25% espanhol. Costumo dizer a brincar que os meus pontos da Eurovisão vão de 1 a 10 e os 12 são sempre para Espanha. Só que isso são os emotivos. A verdade é que fui jurado internacional no ano passado e eu próprio, quando tive oportunidade, os meus 12 pontos não foram para Espanha, foram 10. Dei 12 pontos à Ucrânia.
E como viste a vitória da Ucrânia no ano passado?
Respeito quem ache que a Ucrânia não devia ter ganhado. Gosto muito da música, votaria sempre, independentemente de se ter iniciado uma guerra ou não. Se teria dado 12 pontos? Se calhar, não. A Eurovisão não é um festival político, é um facto, portanto as pessoas que defendem isto têm a sua razão.
Agora, quando a Eurovisão foi criada em 1956, a ideia era unir os povos através da música, vínhamos de um pós-guerra. Claro que a Eurovisão não pode ser vista nem deve haver votos políticos. Mas na minha interpretação enquanto jurado, não é um voto político, é um voto na intenção que a Eurovisão tinha à partida, que foi uma declaração de paz.
Se agora faz sentido toda a gente dar 12 pontos à Ucrânia? Se calhar não, não faço ideia. A verdade é que o televoto no ano passado foi completamente esmagado. A Europa mostrou que estava com o povo ucraniano. E isso é diferente de serem votos políticos, de vizinhos e de músicas com mensagens políticas. Isso já são outras coisas.
E no que diz respeito a projetos, o que podemos esperar?
Está tudo a correr muito bem e a seu tempo eu hei de falar. Mas já há coisas para o próximo ano. Há uma coisa gira para este ano e outra ainda por confirmar.
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