Esta terça-feira, dia 21, é para Joana Barrios um dia de emoções. A razão? Foi precisamente o que a levou a fazer um emotivo desabafo nas redes sociais no qual recordou a relação conturbada com o pai.

"O senhor da fotografia chama-se Zé Luiz e é o meu pai biológico. Decidi chamar-lhe assim quando morreu e processei finalmente o seu impacto na minha vida. Comecei nessa altura, aos 23, a fazer psicoterapia para assimilar e fazer as pazes. Por respeito aos que ainda vivem e com quem vivo, nunca falo sobre o Zé Luiz, porque ele não foi uma pessoa muito espetacular, antes pelo contrário", começou por escrever.

Continuando, contou que o dia 21 de dezembro "é sempre um dia complexo de viver porque era o dia do seu aniversário" e traçou algumas semelhanças com o progenitor: "Os meus pés são iguais aos dele. A caligrafia. O gosto por alfarrabistas, antiquários e conservação também vem daí. E dizem outras coisas que na minha arqueologia sei que correspondem a uma verdade".

"Falo hoje dele não só pelo facto de ser o seu dia, mas porque sigo muitas páginas em que as pessoas utilizam o espaço público para encarar a dor e fazer as pazes com ela, e porque muitas vezes apagar a memória pode parecer aliciante, mas depois ela acaba sempre por vir ter connosco quando menos esperamos", acrescentou.

A chef recordou ainda o pai como um homem "inteligentíssimo que se deixou consumir por uma doença mental não convenientemente tratada, agravada por um alcoolismo latente desde a adolescência e por uma identidade que por medo nunca reclamou".

"Também teve uma infância terrível. Sei que me deu a vida, antes de mais, mas também a necessidade de provar que valho a pena e a necessidade de ser amada. Isto que se segue não é uma escolha, mas sim uma inevitabilidade resultante do privilégio que tenho. Apesar de tudo, escolho olhar para o Zé Luiz como uma das figuras extravagantes da minha mitologia, porque é assim que se tornou confortável e até divertido recordá-lo", disse.

E antes de terminar, realçou "nunca o odiou" e "lamenta nunca lhe ter dito em vida que o compreendia e que tinha para com ele compaixão, perdão e até a possibilidade de iniciarem uma nova relação".

O longo desabafo de Joana Barrios acompanha duas fotografias da sua infância em que aparece na companhia do pai. Veja abaixo.

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