Cristina Ferreira está no centro de todas as conversas no que diz respeito à televisão em Portugal. Esta quarta-feira, dia 22, fontes próximas da apresentadora confirmaram que a mesma teria aceitado trabalhar na SIC, colocando assim um ponto final à longa caminhada que fez com a TVI.

Na sua página de Instagram, Cristina optou por partilhar um excerto do livro biográfico que lançou.

“SENTIR, página 193, escrito há dois anos”, começa por referir.

“ESCOLHAS. Todos nós fazemos escolhas diárias. Mas há umas tão importantes que sabemos que nos podem mudar a vida ou o seu rumo”, inicia.

“Não gosto de demorar muito tempo a tomar decisões. Deixo à sorte, muitas vezes, o papel de boa conselheira. «Quem muda, Deus ajuda.» O ditado é antigo e confio nessa sabedoria para fazer o meu caminho. Não costumo olhar para trás depois de decidir. E volto a uma frase do meu pai que me estruturou o pensamento: «A cama que fizeres, nela te deitarás.» Ainda que o destino possa ter alguns planos, somos nós que optamos. Há sempre uma esquerda e uma direita. E eu acredito que, mesmo escolhendo a direção errada, há sempre maneira de chegar ao destino final. Costumo dizer que até os becos sem saída permitem uma alternativa: voltar atrás. Essa segurança, ou forma de ver as coisas, tem-me ajudado a serenar na hora de escolher. Talvez ainda não tenha passado por uma decisão realmente difícil. Ou, então, não lhe dei a devida importância. Talvez seja a idade a trazer esse peso – ou essa leveza”, adianta.

E continua: “Há pouco tempo, um primo dizia-me que aos 40 não se muda. Que um emprego de 18 anos se mantém, mesmo que não nos dê felicidade. «Talvez até nem saiba fazer mais nada.» Este conformismo deixou-me a pensar. Sabemos nós desta vida que a outra ninguém ainda conseguiu provar. Porque nos habituamos a uma vida que não é a nossa quando podemos escrever a nossa própria história e emprestar-lhe vários capítulos? Talvez seja loucura o risco. Talvez os filhos nos acrescentem medo ao futuro”.

“Mas é preciso ultrapassar esse medo. Talvez seja esta a mais dura batalha da vida. Nos últimos tempos tenho pensado muito nisso. Têm-me assaltado os medos de uma escolha difícil. E, ao mesmo tempo, tenho a certeza de que, aconteça o que acontecer, fui. Há dúvidas que me assombram. Mas estou certa de que não me perdoaria. Pior do que ir e ter que voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar”, termina.