Christian Louboutin faz hoje 58 anos. Nascido a 7 de janeiro de 1963 em Paris, em França, só aos 51 é que soube que, ao contrário do que sempre pensou, não é filho do homem a quem sempre chamou pai mas, sim, de um emigrante egípcio com quem a mãe se envolveu. Como tinha a pele mais escura do que a dos pais e das três irmãs, começou a desconfiar, a determinada altura, que poderia ter sido adotado. Em vez de procurar descobrir a verdade, decidiu idealizar uma. Seria descendente dos faraós.
Na infância, quando desenhava, gostava de rabiscar calçado e, na adolescência, resolveu aventurar-se a fazê-los. Tinha 15 anos quando fez os primeiros sapatos para as bailarinas do Folies Bergère, o cabaré onde viria a trabalhar depois de se desinteressar pelos estudos. Depois de ter trabalhado como ator e de ter vivido um ano no Egito e outro na Índia, regressou a Paris, em 1981. Depois de apresentar o seu portefólio de esboços a vários criadores de moda parisienses, é contratado por Charles Jourdan.
Em paralelo, continua a idealizar calçado e consegue desenhar sapatos para marcas de topo, como a Chanel e a Yves Saint Laurent. No fim da década de 1980, desiste do sonho da moda. Começa a trabalhar como arquiteto paisagista e colabora com a edição francesa da revista Vogue. As saudades de criar calçado apertam e Christian Louboutin decide arregaçar as mangas. Em 1991, há precisamente 30 anos, abre uma sapataria em Paris. A primeira cliente é a princesa Carolina do Mónaco, que pouco depois o elogia publicamente. A partir daí, nunca mais para. A sola vermelha torna-se num símbolo de elegância e exclusividade.
Em 1997, começa a namorar com o arquiteto paisagista Louis Benech, com quem vive inicialmente na capital francesa. Anos depois, adquire uma casa em Lisboa e uma casa na Comporta, no litoral alentejano. À medida que a localidade vai ganhando mediatismo, troca-a por Melides, onde está a construir um hotel de luxo. Apesar de também possuir um apartamento em Paris, um palacete em Alepo na Síria, uma casa em Luxor e um barco-casa atracado nas margens do rio Nilo, no Egito, adotou Portugal.
É aqui que passa grandes temporadas e foi cá que esteve confinado durante a maior parte da pandemia viral de COVID-19. "Ele gosta de passar os dias a explorar as diferentes regiões do país, seguindo as recomendações de amigos, que já o levaram a conhecer bordadeiras alentejanas e cestarias no Algarve", revela fonte próxima do criador, que em 2019 deu a conhecer ao mundo Portugaba, duas malas e cinco peças decorativas de edição limitada inspiradas nas artes tradicionais nacionais.
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