Billy Porter revela que foi diagnosticado como seropositivo ao The Hollywood Reporter. O ator, de 51 anos, disse que soube da doença em junho de 2007 e manteve tal informação em segredo durante anos, não tendo contado a quase ninguém, incluindo à mãe.

Billy destaca que tentou manter esta informação longe das “pessoas erradas”. “Seria apenas outra forma de as pessoas me discriminarem numa profissão que já é discriminatória”, afirmou.

A estrela da Broadway considerou 2007 como o "pior ano", uma vez que já tinha sido diagnosticado com diabetes tipo 2. “A vergonha daquela época somada à vergonha que já se tinha [acumulado] na minha vida silenciou-me, e vivi com essa vergonha em silêncio durante 14 anos”, acrescentou.

“Ser HIV positivo, de onde venho, crescer na igreja pentecostal numa família muito religiosa, era um castigo de Deus”, continuou.

Porter – que se mudou para Long Island com o marido Adam Smith perante a pandemia – acredita que a quarentena o forçou a enfrentar os traumas da sua vida, incluindo o abuso sexual que sofreu dos sete aos 12 anos às mãos do padrasto. “Nunca houve um momento em que não tivesse passado por um trauma, que foi o que descobri no ano passado”, disse.

Interpretar uma personagem HIV positivo, Pray Tell, em ‘Pose’, acabou por ajudá-lo a aceitar o seu diagnóstico na vida real. “Fui capaz de dizer tudo o que queria através [de uma personagem]”, confessou.

O ator explicou que estava tão “embaraçado e envergonhado” com o diagnóstico que o escondeu da sua mãe, que no passado já tinha sofrido perseguições religiosas por ter um filho homossexual.

Num primeiro momento, o artista considerou falar da doença só quando a mãe morresse, mas acabou por conseguir contar a verdade à progenitora. “Amo-te, não importa o que aconteça”, disse a mãe ao ator.

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