Esta semana, Quimbé esteve em destaque na imprensa depois de ter confessado, pela primeira vez, que já pensou suicidar-se. Declarações que foram partilhadas num vídeo da iniciativa 'Vamos Falar – Prevenção e Promoção da Saúde Mental', que conta com o apoio da DGS.

“Todas as pessoas julgam que os atores, apresentadores ou humoristas têm vidas bué fixes - e é -, só que a nossa vida é sempre altos e baixos. Tens uma vida que é uma incógnita", começou por dizer.

"Apesar de estar sempre divertido, com um sorriso na cara, também fui ao fundo. Já estive lá mesmo no fundo. A dor era tão forte... era mesmo duro. Pensei ‘porque não o suicídio?’”, desabafou, referindo que não foi uma fase "nada fácil".

"Quando uma pessoa se quer suicidar, não diz a ninguém. Se estiverem no mesmo buraco ou numa coisa parecida, gritem, falem com alguém, com alguém que vou entenda", destacou de seguida, realçando que por vezes podemos pensar que essa é a única solução, "mas não é".

"Se tivesse cometido suicídio não tinha os filhos que tenho hoje em dia, a vida linda que tenho hoje em dia. E podia ter terminado logo na altura e não tinha vivido isto", desabafou.

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Quimbé abre o coração para falar com a campanha VAMOS FALAR e partilha um momento difícil da sua vida. VAMOS FALAR, porque há conversas que devemos ter. @quimbe_oficial #quimbe @vamosfalar.org SVAMOSFALAR#saudemental

Uma publicação partilhada por @ campanhavamosfalar a 22 de Set, 2020 às 2:03 PDT

Confissões que o levaram a estar esta sexta-feira, 25 de setembro, no programa 'Casa Feliz', da SIC, onde conversou com João Baião e Diana Chaves sobre esta fase difícil.

"Nunca contei isto a ninguém. A primeira vez que falei disto foi no filme [o referido vídeo da iniciativa], quem quiser pode ver no Instagram da campanha. Tanto que tive de falar com os meus pais antes de eles saberem isto. Foi um choque para toda a gente, ninguém sabia", partilhou.

Uma tema do qual fez questão de falar especialmente depois da morte de Pedro Lima. "Eu estava em casa, a acompanhar o caso do Pedro. (...) Chorei imenso e tu também não dizias que o Pedro [ia ter aquele fim]. O Pedro era uma pessoa de luz", desabafou, recordando a partida do colega e amigo.

"Tenho que contar a minha história porque isto vai ajudar alguém", afirmou, referindo que tem sido abordado por muitos internautas. "Estava à espera que houvesse uma onda de amor, não um tsunami como está a acontecer. Tenho recebido imensas mensagens de histórias idênticas", revelou.

"Isto é um apelo, não façam aquilo que o Pedro fez porque é um sofrimento. Eu lidava com ele", realçou, reforçando várias vezes a imporntância de este ser um assunto que deve ser falado.

"Às vezes cais no buraco e não sabes explicar porque é que estás no buraco. E é bom falar com as pessoas. Pode ser com um médico, um amigo, mas falem", frisou, lembrando que já esteve no fundo, mas que conseguiu perceber que "aquele não é o caminho".

Quimbé explicou que na altura só via o suicídio como solução porque queria que a dor acabasse, e que foi uma conversa com uma amiga que o 'salvou'. "O Pedro ainda falou com alguém, mas não foi a tempo", acrescentou, voltando a destacar de seguida a importância de pedir ajuda.

"Os meus filhos [mais velhos] viram o vídeo, e o que tem 17 anos perguntou-me logo quem é a Maria José, tenho que lhe agradecer. Ele disse: 'Pai, esta história é fortíssima, vais ajudar pessoas", contou, referindo ainda que o filho do meio, de 13 anos, também disse que o pai ia ajudar muitas pessoas com a participação na campanha. "É isto, falem com alguém. Eu tive sorte, tive um anjo da guarda", salientou.

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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535