
Internado durante dois meses no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para tratar uma sépsis, Ângelo Rodrigues viu alguns dos amigos afastarem-se nesse período. Em entrevista ao programa "As três da manhã", na Rádio Renascença, o ator e cantor portuense assume que algumas dessas ausências súbitas o magoaram. "Estou a olhar para a amizade com outros olhos e a valorizar as pessoas que estiveram comigo neste processo tão traumatizante", confidencia.
"É muito importante fazer uma triagem e isso acontece naturalmente. É como se fosse um funil. As pessoas que realmente se importam comigo estiveram lá", garante o artista. "Faz parte da triagem da vida", desvaloriza. A seguir um exigente plano de recuperação que o obriga a fazer fisioterapia cinco vezes por semana para recuperar a mobilidade da perna esquerda, a mais afetada pela infeção, Ângelo Rodrigues, 32 anos, ainda está a adaptar-se à nova realidade.
"Ainda não tenho uma resposta conclusiva em relação a isso [as repercussões que a experiência de quase morte que viveu no verão e que chegou a levar os médicos a ponderar amputar-lhe uma perna vão ter na sua vida futura]. Começo a chegar à conclusão que tenho uma certa dificuldade em digerir os momentos. As respostas não são automáticas", sublinha o ator. Na altura do internamento, os médicos que o acompanharam pediram-lhe para desligar o telemóvel. "Fui aconselhado [a fazê-lo] por causa do circo que estava a acontecer cá fora. Nos primeiros dias, sim, [foi difícil]. Três ou quatro semanas depois, foi-me dada a possibilidade de o reaver", conta o artista.
"Aí, fui eu que que quis estar sem telefone, para estar alheado de tudo", confidencia. "Metade do que apareceu [na imprensa] foi empolado", garante Ângelo Rodrigues, que fez ainda outra revelação. "Uma das coisas que me fez mais confusão foi voltar a abrir o Instagram", afirma. "Saber que vou ter de voltar para isso tudo, deixa-me um bocado desconfortável", assegura o ator, que gosta de usar as redes sociais para mostrar os destinos que visita nas viagens que faz.
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