Licenciado em medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, Ângelo Rebelo, um dos mais mediáticos cirurgiões plásticos portugueses. Tem 60 anos, é casado com a apresentadora de televisão Isabel Angelino e tem três filhos, um neto e uma cadela, a Sury.
Fez o internato da especialidade de cirurgia plástica, reconstrutiva e estética nos Hospitais de Santa Maria e Hospital de São José, em Lisboa.
Depois, tirou o grau de especialidade em cirurgia plástica e reconstrutiva e estética no Hospital de São José dos Hospitais Civis de Lisboa. Exerce, desde há alguns anos, a sua atividade profissional só no sector privado, na área da cirurgia plástica e estética, estando em exclusivo na Clinica Milénio onde opera e faz consultas.
Durante cerca de 20 anos operou no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa e na Clínica de Santo António, na Reboleira. Ao longo da sua já extensa carreira, operou e fez consultas no Hospital Particular do Algarve durante mais de quatro anos.
Por que escolheu a especialidade de cirurgia plástica?
Ser cirurgião era um dos meus sonhos mas desconhecia o que era a cirurgia plástica. Foi durante o curso de medicina, nas aulas desta especialidade, que me apaixonei e até hoje não a larguei. Já lá vão 44 anos...
Os seus sonhos de criança já passavam pela medicina?
O meu bicho não se deveu a influências ou obrigatoriedades familiares. Não havia ninguém médico. Foi por uma vontade e determinação muito fortes e convictas.
Muitas vezes, antes de ser cirurgião, tem de ser psicólogo e ouvinte?
Muitas vezes ou quase sempre. E não é antes. É durante e no depois que a relação com o doente em termos psicológicos é muito importante. Considero ter um relacionamento muito saudável com os meus doentes, com muita frontalidade e honestidade na primeira consulta e uma disponibilidade permanente com um acompanhamento regular após cada cirurgia, estando sempre ao seu lado para o bom e para o mau.
Que cirurgias são mais requisitadas neste momento?
Nos últimos anos, em quase todo o mundo e no nosso país, a cirurgia mais procurada pelas mulheres é a de aumento de mama com próteses, que ultrapassou a lipoaspiração. O homem procura mais a remodelação corporal para tirar gorduras mais ou menos localizadas.
Como se definiria enquanto cirurgião plástico?
Não me compete a mim julgar-me e avaliar-me. São os meus doentes que o devem fazer e sou avaliado profissionalmente regularmente pelas sociedades internacionais a que pertenço. Vivo profissionalmente para os meus doentes e dedico-me a eles em extra full time. Tento dar o meu melhor.
Já operou alguém da sua família?
Sou totalmente contra operar pessoas da família. Considero antiético e antideontológico, além das implicações sob o ponto de vista moral e a consciência pesada se acontece algum problema. Há bons profissionais colegas da especialidade que solicito e solicitarei quando necessário.
Qual o momento mais marcante da sua carreira?
O primeiro foi ter conseguido ser especialista de cirurgia plástica, reconstrutiva e estética no nosso país. Depois têm sido vários, como as nomeações que tenho tido e os cargos máximos de sociedades internacionais da cirurgia estética, como ter sido presidente da International Academy of Cosmetic Surgery e ser o atual presidente da European Society of Aesthetic Surgery, entre outras.
Que experiência profissional no estrangeiromais destaca?
Corri o mundo fazendo cursos, workshops com cirurgias feitas ao vivo e em direto, desde a Austrália até à América do Sul, passando pela Ásia e por vários países da Europa, durante muitos anos.
Quais são os seus hábitos saudáveis?
Não ter stresse (é difícil mas tento), não ter uma vida sedentária (adoro caminhar) e ter cuidado com a alimentação. Não tenho muito, confesso.
Como ocupa os seus tempos livres?
Quando os tenho, o que raramente sucede, gosto de viajar, de passear e de ir ao cinema e a concertos. Adoro música!
Se não fosse cirurgião plástico, que profissão escolheria?
Seria cirurgião plástico, cirurgião plástico ou músico. Qual é para o avanço científico que mais espera? A cura e a prevenção efetiva de doenças como o cancro, a sida e doenças imunológicas…
Texto: Teresa d'Ornellas
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