A boa disposição e a vontade de vencer o maldito cancro no pâncreas, que o atira constantemente para novos tratamentos em Portugal e no estrangeiro, dão alento a António Feio. A batalha ainda não está ganha, mas o actor não desiste e é a trabalhar que despende todas as suas energias. Feio quer retomar a peça "Frida Kahlo", com Fernanda Serrano, adiada devido à gravidez da actriz.
"Continuo a trabalhar, mas há dias em que não estou operacional. Não estou a 100%", admite António Feio, que continua com os tratamentos de quimioterapia. "Nesses dias, defendo-me. Trabalho menos ou não vou, mesmo, trabalhar. Já tenho soluções alternativas e um plano B de trabalho", confirma a SapoFama, que conversou com ele na gala "Uma Flor Para a Madeira", anteontem, domingo.
O actor tem reagido bem aos tratamentos e a esperança está depositada nos novos resultados, que devem chegar daqui a mês e meio. Depois, só Deus sabe o que se seguirá. "Uns dias melhor, outros pior", confessa-se Feio, mas sempre de sorriso no rosto e sem parar de fazer o que mais gosta.
"Estou a tentar oficializar um trabalho como encenador com o Seiva Trupe, em Abril e Maio. Esteja em condições ou não esteja, com outros calendários de tratamentos, vou tendo projectos mais a longo prazo", diz, confiante.
O seu estado de saúde em nada ameaça a vontade de viver. E as novidades a nível profissional não se ficam por aqui. O actor quer retomar um projecto antigo com Fernanda Serrano, "Viva La Vida - Frida Kahlo", que ficou adiado devido à terceira gravidez da actriz. Uma situação de risco, após ter sido diagnosticado um cancro da mama à mulher de Pedro Miguel Ramos.
"Estou doido para fazer aquele espectáculo. Não há datas e este ano não é de certeza. É o espectáculo que mais me apetece fazer", anuncia António Feio. "Acho que é a altura ideal. Estou ligado à Fernanda por causa do meu problema de saúde e a vida de Frida Kahlo faz muito mais sentido agora na minha cabeça", explica.
Forçado a adiar uma viagem até Madrid devido a um inesperado problema nas plaquetas, o actor está emocionado com a onda de solidariedade que, de Norte a Sul do país, lhe chega pela rede social "Facebook" e não só. "Sou confrontado todos os dias com esse tipo de apoios, mas confesso que ainda não me habituei. Fico muito emocionado com o carinho de todos. Não há palavras para descrever o que sinto", remata António Feio, comovido.(Texto: Joana Côrte-Real)
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