Estão a crescer por toda a Europa
e Estados Unidos da América e são conhecidos
como restaurantes underground ou supper
clubs.
Muito distintos dos restaurantes
comuns aproximam-se dos tão conhecidos
Paladares cubanos, porque as refeições
são servidas em casas particulares.
No entanto, ao
contrário daqueles não são um negócio. São dirigidos pelos donos das casas, pessoas
apaixonadas pela gastronomia que têm
outras profissões e que abrem as suas portas
com o objetivo de dar a conhecer o
que de melhor sabem fazer na cozinha. A internet, sobretudo o facebook e os blogs
são os meios de divulgação por excelências
destes restaurantes.
Espaço privilegiado
«Para alguém que visita uma cidade nova,
esta é uma maneira fácil de conhecer o
modo de vida dos residentes locais e a sua
gastronomia com algum requinte à mistura», afirma Susana, professora de enologia,
«que dá a conhecer o riquíssimo património
gastronómico português» no Hush
Hush Garden, um supper club de Lisboa.
A sua casa é «um espaço especial», como o define, com um
jardim, localizada no centro alfacinha.
Foi esse privilégio que fez com que
Susana e Rita, uma psicóloga que trabalha
em marketing, achassem que deviam
partilhá-lo com quem estivesse disposto
a conhecê-las. «O mais importante é
pensarmos no que é que gostaríamos de
encontrar se visitássemos um supper club.
O segredo é oferecer aos nossos convidados
nada menos do que isso», sublinha.
Pratos sazonais
A escolha dos pratos é baseada nos produtos
que estão disponíveis no momento
e as anfitriãs procuram surpreender os
comensais com qualidade e boa apresentação.
«Nos nossos pratos, fazemos questão
de utilizar produtos portugueses de alta
qualidade, da época, de preferência biológicos
pois acreditamos que assim a comida
sabe melhor», descreve Susana.
Tudo isto
é apresentado sob «uma atmosfera especial,
diferente do que esperaríamos encontrar
num simples jantar em casa de amigos». A boa música, o encanto do espaço,
a decoração da mesa criam um ambiente
convidativo e descontraído, muito apreciado por quem gosta de ambientes ecléticos e mais alternativos. «O resultado
são jantares inesquecíveis para nós e para
quem nos visita», realça a professora.
Grupo restrito
Como não são cozinheiras profissionais
e querem manter o controlo de qualidade
de tudo, cada jantar que servem tem
apenas nove ou dez pessoas de cada vez,
número semelhante ao de muitos outros
supper clubs. «Isso também nos permite
gozar a companhia dos nossos convidados
sem queimar o jantar», refere, pois esse
lado do convívio é muito importante para
quem tem um «restaurante privado».
«O objetivo é ganhar experiência e novos
conhecimentos com quem nos visita, sem
contudo perder dinheiro no processo. Daí pedirmos uma contribuição que serve
apenas para custear as despesas com o jantar
», explica. Este é outro ponto comum
entre todos eles. Nunca se fala de preços,
mas sim de donativos que cobrem apenas
as despesas.
Supper clubs
Os restaurantes underground que deve visitar:
Hush-Hush Garden em Lisboa
http://hush-hushgarden.blogspot.com
Thyme em Berlim
www.thyme-supperclub.com
The Loft Project em Londres
www.theloftproject.co.uk
Ted and Amy em Nova Iorque
http://tedandamysupperclub.com
The Soul Kitchen em Paris
http://soulkitchensupperclub.com
Texto: Rita Caetano com Susana (professora de enologia)
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