O segredo mais bem guardado da ilha azul
O segredo mais bem guardado da ilha azul

A famosa cúpula azul da igreja de Oía, um dos locais mais turísticos de Santorini, com vista para as águas azuladas da caldeira de um vulcão, hoje convertida numa das mais fotografadas baías do mundo, está na origem do nome por que muitos tratam esta ilha grega. A par de Fira, a capital, é um dos pontos de passagem obrigatórios de quem por lá passa. A sua agitação contrasta, no entanto, com a tranquilidade pitoresca de Pyrgos.

A poucos quilómetros desta vila histórica, antigo centro administrativo da ilha, naquele que é o seu ponto mais alto, localiza-se aquele que é (ainda) um dos seus segredos mais bem guardados. Longe do reboliço das zonas mais turistas, o Santorini Heights é um boutique hotel com apenas quatro habitações. Mais direcionado para namorados e para casais em lua de mel, impõe-se, desde logo, como alternativa.

A 480 metros de altura, a vista não podia ser mais abrangente e, a partir da piscina ou do jacuzzi que todos os terraços privados integram, ganha ainda outro charme. «Aqui, sentimo-nos mais perto dos deuses dos tempos antigos e dos tempos modernos. Mais perto do céu. Mais perto das estrelas», assegura John Makris, diretor de operações da unidade hoteleira, localizada na extremidade mais tranquila da ilha.

Fusão total entre luxo e tradição natural

Em pleno coração da Rede Natura 2000, uma área ecológica aprovada pela União Europeia, o Santorini Heights está rodeado por um jardim onde são colhidas algumas das ervas aromáticas e dos vegetais que são servidos nas refeições que os funcionários locais lá preparam. A villa, que pode ser arrendada na totalidade, foi construída com materiais locais eco-friendly e as infraestruturas tecnológicas de que dispõe seguem a mesma filosofia.

«Apresentamos uma fusão entre luxo e tradição que agrada até aos visitantes mais ecléticos», afirma o responsável. As quatro habitações do hotel são de duas tipologias. Há duas suites superiores com capacidade para três pessoas, a Vine e a Cactus, cada uma delas com um terraço privativo com vista para o mar e uma infinity pool. Uma piscina infinita exterior com água a 28º C que convida a mergulhos dia afora e noite adentro.

Mais pequenas, mas igualmente sedutoras, as suites Herb e Garden, onde pernoitámos, também dispõem de um terraço com vista para azul que rodeia a ilha mas, em vez da piscina, têm um jacuzzi iluminado com nove metros quadrados com um sistema de aquecimento que eleva a temperatura da água até aos 32º C. Quando lá ficámos, numa noite fria de maio, não se aguentava o vento cá fora mas, lá dentro, não se podia estar melhor!

Veja na página seguinte: O (muito) que fazer nesta parte da ilha

O segredo mais bem guardado da ilha azul
O segredo mais bem guardado da ilha azul

O (muito) que fazer nesta parte da ilha

Os homens não se medem aos palmos e os boutique hóteis também não. Apesar de não dispor de muitas habitações, os promotores do empreendimento não olharam a meios no momento de as dotar de todo o conforto. Os colchões são de qualidade superior, há um menu de almofadas disponível, robes, toalhas de praia e chinelos e uma cozinha totalmente equipada que até inclui uma máquina de café Nespresso e uma adega climatizada.

Incluído no preço, o pequeno-almoço, um dos momentos preferidos de muitas das pessoas quando dormem em hotéis, é servido no quarto. Nos dias de calor, pode ser tomado na mesa do terraço. A lista com os pedidos é entregue na véspera. Depois, de manhã, à hora combinada, lá chega ele. A partir daí, entre mergulhos, é desfrutar da serenidade que o local oferece, das vistas, do aroma das flores, do jardim de aromáticas e do extenso vinhedo.

Para sentir o pulso à ilha, é também preciso descer à terra. As praias de Perissa e Perivolos, a escassos quilómetros, são obrigatórias. O areal, de origem vulcânica, é escuro mas a água é transparente e não faltam lojas, restaurantes e bares. A praia de Vlychada, muito apreciada pelo amantes do naturismo, rodeada de construções rochosas que nos remetem para uma paisagem lunar, também não fica longe.

As ruínas do castelo veneziano e a praia de areia vermelha

O espaço arqueológico de Acrotíri, que recupera o (muito pouco) que resta de uma aldeia da idade do bronze, é uma das atrações turísticas que muitos dos visitantes desta parte da ilha não dispensam. Não fica longe da famosa Praia Vermelha, outro ponto de passagem obrigatória. O acesso é feito a pé, por um trilho que se percorre facilmente e que desemboca num vasto areal de um ocre avermelhado.

Pyrgos, com o que sobra do seu castelo veneziano, as suas ruelas medievais estreitas e as muitas arcadas típicas que convidam à descoberta, é um bom local para deambular, sobretudo ao final do dia ou ao princípio da noite. Os amantes da cultura encontram aqui um museu que reúne uma importante coleção de ícones e relíquias religiosas. A maioria são peças dos séculos XVII e XVIII, exibidas na Agia Triada, a igreja católica que chegou a pertencer a um convento.

Uns metros acima do hotel, o Mosteiro do Profeta Elias é um pretexto para uma caminhada de 10 minutos para atingir o ponto mais alto da ilha. Os mais aventureiros podem ainda reservar, na receção do Santorini Heights, excursões e cruzeiros, com refeições a bordo, que incluem visitas guiadas, transfers e equipamento de snorkeling. Também há pacotes de visitas a adegas com degustação de vinhos e circuitos de bicicleta de montanha.

O segredo mais bem guardado da ilha azul
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Texto: Luis Batista Gonçalves