Farmácias Portuguesas
O Dia de Portugal é o 10 de junho, mas é agosto o mês mais português do calendário. Os emigrantes estão de volta a casa. As famílias ficam maiores – e mais felizes. Há 2,3 milhões de portugueses a viver no estrangeiro e a maioria gosta de vir à terra pelo menos uma vez por ano. Sonham onze meses com isso. Bem-vindos sejam – e façam sempre boa viagem.
As aldeias com nomes bonitos, como Tralhariz, Mourilhe, Salvada ou Serreta, voltam a ganhar aquela animação perdida há décadas. A todo o momento rebenta no ar um foguete, estala um porco no espeto e aquece o bailarico na praça. As festas e romarias desenrolam-se em cascata, de Norte a Sul, e transbordam alegremente para as ilhas.
Em agosto, as tradições religiosa e pagã parecem dois bailarinos afinados, ora a dançar agarradas, ora mais afastadas – mas sem jamais se perderem de vista. O dia 15, estrategicamente colocado a meio do mês, serve de exemplo. É feriado religioso, mas também a grande festa do emigrante. De manhã há missa na igreja, para celebrar a Assunção de Nossa Senhora ao Céu, à tarde rezam a Rosinha e o Quim Barreiros no palco.
O Minho é região demarcada por festas. Uma das mais antigas é o São João D’Arga. Peregrinos de todas as idades trepam à serra, dão três voltas à capela e acabam a oferecer uma esmola ao santo e outra ao diabo, não vá o apóstolo falhar nem o chifrudo tecê-las. Por toda a região desfilam raparigas com garridos fatos antigos e o peito coberto de ouro. O traje à vianesa foi o primeiro do país a ser certificado. Vai passar a chegar às lojas com selo de autenticidade.
Em Viana do Castelo, os Zés Pereiras, gigantones e cabeçudos enchem as ruas de alegria há mais de duzentos anos. Em Esposende, os romeiros dão voltas à igreja com pintos pretos ao colo, passam por baixo do andor de São Bartolomeu do Mar e depois atiram-se a "furar" ondas em número ímpar. A fé leva os pescadores a organizar procissões ao mar por toda a costa. Na Senhora Aparecida, em Lousada, há andores ao ombro de 120 fiéis.
Em Lamego, a Nossa Senhora dos Remédios é transportada num carro engalanado puxado por juntas de bois. Na região, a maior festa é a Feira de São Mateus, em Viseu, a juntar pessoas de 14 de agosto a 21 de setembro.
Vai uma solha em Lanhelas, uma espetada de carne na Nossa Senhora do Monte, no Funchal, um cozido das Furnas ou uma alcatra nas Festas da Praia da Vitória? Em agosto, a gastronomia é uma prática colectiva. Então, sai mais um copo, de vinho ou champarrião. Vamos brindar, somos todos portugueses. Para quem não sabe, a família mais antiga do mundo.
Ir e voltar em segurança
O cansaço é um dos maiores inimigos de uma condução segura. Neste mês em que tantas famílias de emigrantes na Europa viajam de carro, nunca é demais alertar para os riscos de muitas horas ao volante. O perigo não surge apenas com a sonolência. Há cansaço acumulado que prejudica os reflexos perante um imprevisto. Não há novidade nos conselhos, mas os números de acidentes rodoviários revelam que ainda há condutores com comportamentos arriscados.
Se quer umas férias descansadas, e um regresso seguro, atente aos conselhos da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária:
- Inicie a viagem bem repousado;
- Divida as viagens mais longas em etapas e durma o suficiente;
- Não estabeleça hora de chegada;
- Coma refeições ligeiras;
- Não ingira bebidas alcoólicas;
- Tenha em atenção que determinados medicamentos podem provocar sonolência;
- Mantenha o veículo bem arejado;
- Ajuste o banco de forma a sentar-se confortavelmente;
- Pare 10 a 15 minutos todas as 2 a 3 horas de condução, saia do veículo e faça alguns movimentos, prolongando esse período se necessário. Se necessário, pare e durma um pouco (20 a 40 minutos) ou, se possível, passe o volante a outra pessoa.
Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro
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