A exposição, que reflete sobre o presente e futuro daquela que é uma das mais importantes fábricas de azulejo em Portugal, tem curadoria dos investigadores Rosário Salema de Carvalho e Francisco Queiroz. A mostra conta com peças de 17 autores, incluindo obras especialmente concebidas para a ocasião que serão reveladas aquando da exposição e outras que já integram o portfólio artístico dos autores. Juntas ajudam a contar a história e a assinalar o legado de uma casa centenária.
Destaque para os trabalhos de Bela Silva, com a peça “Batucada de Cor”, e do francês Hervé Di Rosa, com “Subaquática”, dois nomes que representam os artistas atualmente residentes, herdeiros dos famosos casulos (nome das residências artísticas desenvolvidas na Viúva Lamego a partir da década de 1930). A artista brasileira Adriana Varejão, que tem usado o azulejo como referência, abraça agora este material em Azulejão. Autores como Vhils e Add Fuel trazem para o azulejo a cultura urbana contemporânea. Já o suíço Noël Fischer explora um caminho artístico iniciado nas peças Rede, enquanto Manuela Pimentel explora um jogo ilusório de múltiplas dimensões. Quanto a Rita João/Estúdio Pedrita, recupera a azulejaria industrial da segunda metade do século XX.
Ainda entre os artistas com obra consolidada, e que mais recentemente trabalham com a Viúva Lamego, encontram-se a ilustradora francesa Henriette Arcelin, o designer francês Noé Duchaufour-Lawrance e o coletivo Oficina Marques, da dupla de criativos Gezo Marques e José Aparício Gonçalves. De referir ainda as artistas visuais e ilustradoras, também com referências à street art, Kruella d’Enfer e Tamara Alves, que desenvolveram residências artísticas em 2024, bem como André Trafic, Rico Kiyosu e Klasja Habjan, finalistas do concurso dirigido a novos artistas, lançado no âmbito das comemorações dos 175 anos da Viúva Lamego.
“A exposição que ajuda a revisitar o legado da Viúva Lamego, fundada em 1849, dá a merecida ênfase à ligação umbilical que a fábrica-atelier tem com os artistas, arquitetos, designers e artesãos, a qual permanece imutável com o passar das décadas. Ter semelhante mostra presente no Museu Nacional do Azulejo é um motivo de muito orgulho, servindo esta casa de palco para dar relevo ao património de uma marca centenária e à sua projeção e importância na cultura da cerâmica portuguesa”, salienta Gonçalo Conceição, CEO da Viúva Lamego.
Destaque ainda para a exposição permanente do museu, onde constam obras produzidas pela Viúva Lamego, e para a sala de exposições temporárias do piso superior, que cede lugar a uma seleção de peças que versam sobre processos de trabalho e a articulação entre artistas, arquitetos, designers e os diferentes setores da fábrica.
A exposição patente de 4 de outubro a 29 de dezembro de 2024 conta com o seguinte horário: terça a domingo, das 10h00 às 18h00, última entrada às 17h30. O preço de admissão é de 8€ por pessoa.
Comentários